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Diretores de 'Passaporte para Liberdade' rebatem comentários sobre possível farsa na história de Aracy de Carvalho

Aracy de Carvalho é a personagem principal da história, uma mulher que salvou a vida de milhares de judeus do regime nazista

Cadastrado por

Rayane Domingos

Publicado em 20/12/2021 às 11:13 | Atualizado em 20/12/2021 às 11:41
Sophie Charlotte e Rodrigo Lombardi interpretam Aracy de Carvalho e João Guimarães Rosa, em "Passaporte para Liberdade" - Reprodução: Globo/Victor Pollak

"Passaporte para Liberdade" é o nome da nova série da TV Globo, em parceria com a Sony Pictures Television, que estreia nesta segunda-feira (20), após "Um Lugar ao Sol". A produção iniciou antes da pandemia da covid-19, e o que seria exclusivo para o streaming, se tornou parte da grade de programação da emissora.

A história gira em torno de Aracy de Carvalho, uma mulher que trabalhou no consulado brasileiro em Hamburgo e ajudou a salvar a vida de milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Ela foi casada com o escritor João Guimarães Rosa, que também auxiliou a mulher nesses momentos. "Anjo de Hamburgo" foi como ficou conhecida durante esse período, além da homenagem no Jardim dos Justos (Yad Vashem) entre as Nações, localizado no Museu do Holocausto, dada pelo Estado de Israel.

Apesar da bela história, uma matéria publicada pelo jornalista Maurício Stycer, do UOL, fez com que a veracidade dos fatos fosse contestada. Os historiadores Fábio Koifman e Rui Afonso afirmaram que, após análises precisas de documentos históricos, ela não foi uma heroína como foi retratado: "Nenhum visto irregular ou qualquer ilegalidade foi praticada pelo serviço consular da representação brasileira em Hamburgo no período em que a ajuda humanitária a perseguidos judeus é atribuída".

O que disse a direção

Durante a coletiva de imprensa que aconteceu, o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, questionou Mário Teixeira e Jayme Monjardim, autor e diretor artístico da série, respectivamente, sobre o assunto.

"Essa teoria é desmentida pelo Museu do Holocausto, em Israel, que levanta uma documentação absolutamente profunda para conceder a honraria Justo Entre as Nações a uma pessoa. Essas questões são muito discutíveis, porque o próprio trabalho da Aracy foi além do que fazia um funcionário [do consulado]", disse Mário. Ele ainda reforçou que apesar de não ser a sua função dentro do consulado, que "Aracy transcendeu tudo isso".

Já o diretor afirmou que: "Nada disso me abala, me preocupa. E nada foi mudado na história original por conta disso. Para mim chega a ser até piada. (…) Outra: é lógico que não existem registros no consulado porque ela fazia isso de uma forma ilícita, escondida. Então não tem como existir provas a respeito disso", disse Jayme.

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