A atriz Klara Castanho veio à público, por meio de uma carta aberta divulgada no seu Instagram, para falar sobre uma gravidez indesejada fruto de um estupro que sofreu.
Aos 21 anos, Klara teve suas informações médicas sigilosas vazadas por uma enfermeira do hospital onde realizou o parto e, conforme procedimentos legais, colocou o bebê para adoção. O direito à privacidade da atriz foi violado porque as informações foram divulgadas sem seu consentimento.
A situação a qual Klara Castanho foi submetida causou indignação nas redes sociais, especialmente depois que o colunista Leo Dias divulgou detalhes do caso como o nome do hospital, data do parto e sexo do bebê.
De acordo com o advogado Ricardo Brajterman, mestre em Direito e professor de Processo Civil e Direito Autoral da PUC-Rio, Klara pode vir a receber indenização por parte de cada um dos envolvidos na exposição dos dados.
Entenda os principais pontos do caso Klara Castanho
“Karla Castanho foi violentada várias vezes, não somente de forma física, a mais abjeta e repugnante violência física que uma mulher pode sofrer, mas quando viu profissionais de saúde e do jornalismo, totalmente descomprometidos com a ética, deram publicidade a fatos que, por dever de ofício, não poderiam ser expostos e, lamentavelmente, com uma agravante: manifestando juízo de valor em relação a conduta que a vítima, única conhecedora da sua dor e capacidade emocional de lidar com o grave problema que, sem sua vontade, acabou sendo envolvida”, disse o advogado, em entrevista à revista Veja.
Segundo o especialista, que tem acompanhado de perto do caso de Klara Castanho, os profissionais da imprensa, influenciadores e funcionários do hospital "negligenciaram a ética profissional e, por isso, devem ser condenados a pagar indenização por danos morais e materiais".
"O valor pode variar entre 100 mil e 250 mil reais de cada um dos agressores envolvidos”, afirmou o profissional.