Rocket Chat: Conheça plataforma brasileira de mensagens usada pelo grupo extremista Patriot Front, nos EUA

Embora não tenha sido criada para isso, a Rocket.Chat, plataforma brasileira de comunicação em equipe com código aberto ilimitadamente, caiu no gosto de extremistas norte-americanos
Lucas Moraes
Publicado em 13/06/2022 às 15:40
NOS EUA Plataforma de troca de mensagens era usada pelo Patriot Front Foto: REPRODUÇÃO


Após a prisão do líder do Patriot Front (Frente Patriota, em tradução livre) neste último fim de semana, o Brasil passou a estar na centralidade dos assuntos que envolvem o grupo supremacista branco dos Estados Unidos. O envolvimento brasileiro, na verdade, está no cerne da operação do grupo que prega intolerância, racismo e demais crimes defendidos por neofascista. É através de uma plataforma brasileira que o movimento se comunica. 

Embora não tenha sido criada para isso, a Rocket.Chat, plataforma brasileira de comunicação em equipe com código aberto ilimitadamente, caiu no gosto de extremistas norte-americanos. A ideia da plataforma é a mesma de demais meios que visam a substituição do e-mail por envio de mensagens em tempo real envolvendo um número maior de pessoas - que compõem uma equipe. A primazia seria facilitar a vida de empresas, mas o compartilhamento de conteúdos corre solto na plataforma, inclusive para a organização de movimento como o Patriot Front - que pregam crimes. 

Por ser uma plataforma de código aberto, a Rocket.Chat permite que os usuários hospedem o sistema na nuvem ou utilizem seus próprios servidores, ou seja, eles podem armazenar e processar dados, para que eles sejam disponibilizados aos demais usuários sem que sejam incomodados por violações da legislação - no que diz respeito à incitação de crimes de ódio, por exemplo. 

Entre os presos por acusações de contravenção de conspiração para tumulto estava Thomas Ryan Rousseau, de Grapevine, Texas, que foi identificado pelo Southern Poverty Law Center como o jovem de 23 anos que fundou o grupo após o mortal “Unite the Right” - protesto conduzido por grupos de extrema-direita contra a remoção do monumento do confederado Robert E. Lee na cidade de Charlottesville, Virgínia, nos Estados Unidos, em 2017. 

A grande questão que tem sido suscitada pelo uso da plataforma brasileira, embora de forma indireta, é que nada tenha sido feito para evitar o compartilhamento de tal tipo de conteúdo, mesmo que seja de código aberto - o que facilita o uso da tecnologia e desenvolvimento do serviço de comunicação a quem bem entender e a seu modo. 

Isso não quer dizer que a plataforma apoie esse tipo de ações criminosas, mas evidencia o uso da tecnologia de código aberto por grupos que pregam extremistas e o descontrole sobre o avanço de suas intenções. 

 

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