Com informações da AFP
O ex-chefe de segurança do Twitter acusou a rede social de ter dissimulado as vulnerabilidades de seu sistema de proteção de dados e de mentir sobre sua luta contra as contas falsas. As denúncias foram feitas ao jornal The Washington Post e a rede CNN.
Em um documento, Pete Zatko apontou "erros graves e grosseiros, desconhecimento deliberado e ameaças à segurança nacional e à democracia", segundo o texto divulgado pela imprensa.
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O denunciante mencionou servidores obsoletos, programas vulneráveis a ataques cibernéticos e executivos que tentam esconder dos acionistas e autoridades americanas as tentativas de pirataria.
O ex-funcionário também indicou que o Twitter privilegia o aumento da quantidade de usuário antes de combater spams (mensagens indesejadas) e robôs.
Segundo ele, a plataforma e seu diretor-executivo, Parag Agrawal, emitem declarações falsas sobre o número de contas porque "se as medições exatas fossem divulgadas, prejudicariam a imagem e a valorização da empresa".
Sua exposição argumenta que, visto que o Twitter contabiliza os usuários baseando-se no número ao qual se pode chegar através da publicidade - e não no número real de contas -, a verdadeira proporção de robôs de spam é efetivamente desconhecida.
Uma versão do documento com as queixas sobre o Twitter foi datada em 6 de julho, quase uma semana antes de a companhia lançar sua ação para tentar forçar o magnata Elon Musk a cumprir o acordo de compra.
TWIITER NEGA ACUSAÇÕES
Em nota à AFP, o Twitter classificou a denúncia como "um amontoado de incoerências e imprecisões" e garantiu que a proteção de dados é uma de suas prioridades.
A empresa denunciou também o oportunismo de Zatko, que tenta "prejudicar o Twitter, seus clientes e seus acionistas". Indicou ainda que o demitiu em janeiro por "falta de liderança e mau desempenho".
A equipe legal de Zatko qualificou de "falso" o que foi dito sobre seu trabalho e sua saída do Twitter, destacando que foi demitido após se confrontar com Agrawal.
CONTAS FALSAS NO TWITTER
As contas falsas estão no centro de uma batalha legal entre o Twitter e o magnata Elon Musk, que acusa a empresa de minimizar a proporção de contas falsas e spam, estimada em 5% pela plataforma.
O milionário tuitou nesta terça-feira que "a prevalência de spam *foi* compartilhada com a junta, mas a junta decidiu não revelar isto ao público...".
Com este argumento, Musk tenta justificar o abandono de seu plano de comprar o Twitter por 44 bilhões de dólares no início de julho e evitar o pagamento da multa pela rescisão do acordo.
A comissão de inteligência do Senado quer se reunir com Zatko para discutir suas acusações, segundo o The Washington Post e a CNN.
Antes de trabalhar no Twitter, Zatko ocupou altos postos na Google e na empresa de processamento de pagamentos Stripe, assim como no DARPA, braço de pesquisa tecnológica do Pentágono.