Carolina Fonsêca
Publicado em 07/07/2020 às 18:16
Na manhã desta terça-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que está com covid-19. O anúncio foi feito pelo próprio a jornalistas, de forma presencial, durante entrevista no Palácio da Alvorada, em Brasília, por volta das 12h. Em dado momento desse encontro, Bolsonaro deus alguns passos para trás e tirou a máscara que usava, um gesto não recomendado pelas autoridades de saúde, principalmente para quem tem a covid-19. Por conta disso, a CNN, uma das emissoras presentes na coletiva, afastou a equipe de reportagem por precaução.
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O uso de máscara é uma recomendação das autoridades sanitárias, já que este Equipamento de Proteção Individual (EPI) evita a proliferação de gotículas de saliva que podem estar contaminadas e o contato das pessoas com esse material. O equipamento funciona como uma barreira de multiplicação do coronavírus, que presente na garganta da pessoa contaminada tem grande chance de dispersão pela via oral.
Na segunda-feira, o presidente esteve no Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília por ter sentido febre com temperatura de 38 graus durante o dia todo. Bolsonaro participou do hasteamento das bandeiras, café da manhã e da reunião ministerial.
Sintomático, ao deixar de usar a máscara, Bolsonaro colocou em risco de contaminação as pessoas a sua volta durante a entrevista. O presidente afirmou ainda que, dentro de uma semana, voltaria a encontrar pessoas, período inferior ao recomendado para isolamento de pacientes com covid-19 que estejam apresentando sintomas - o ideal é que a pessoa contaminada fique em isolamento social por 14 dias.
A relação pouco estreita de Bolsonaro com a máscara não é uma novidade. Desde que o uso deste EPI passou a ser adotado oficialmente como medida de prevenção da proliferação do novo coronavírus que o presidente frequentemente aparece publicamente sem utilizá-la, inclusive em aglomerações.
Devido a este comportamento de Jair Bolsonaro, no fim de junho, o juiz federal Renato Borelli, da 9ª Vara Cível do Distrito Federal determinou que o presidente utilizasse máscara fácil de proteção "em todos os espaços públicos, vias públicas, equipamentos de transporte público coletivo e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços do Distrito Federal", sob pena de multa diária de R$ 2 mil.
Já na última sexta-feira (3), porém, o Bolsonaro sancionou com vetos uma lei que torna obrigatório o uso de máscara em locais públicos e nos meios de transportes em todo o país. Entre os trechos vetados por ele estão a obrigatoriedade do uso de máscara em estabelecimentos comerciais, industriais e de ensino, templos religiosos e demais locais fechados em que haja reunião de pessoas.
A atitude do presidente durante a entrevista repercutiu na internet, como de praxe, e Jair Bolsonaro foi alvo de muitas críticas e até tema de posts de internautas incrédulos com o seu comportamento.