Veja quanto pediu o Braga por 50% dos direitos de Erick em negociação com o Náutico

A negociação entre Braga, Náutico e Erick pela permanência do jogador no alvirrubro pernambucano não terminou com êxito por uma série de fatores. Segundo Diógenes Braga, vice-presidente executivo e de futebol do Timbu, o valor pedido pelo Braga era um número "absolutamente impossível", além de outros pontos adicionais. O clube português só aceitaria a permanência do atacante no Náutico se fosse com um contrato de três anos, mas com os direitos econômicos permanecendo no Braga. Diante de um contrato longo, o jogador também fez seus pedidos, como a colocação de metas de premiações e luvas. O alvirrubro teria até aumentado a margem de investimento para fechar negócio, mas nem assim foi possível. 

Em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal, Diógenes revelou que a pedida do Braga por 50% de Erick foi na casa dos € 500 mil, ou seja, cerca de R$ 3 milhões. "Um número absolutamente impossível para a gente. O ponto com Erick é o seguinte, não é nem a questão dos números em si de salário, eram outras coisas. A gente conseguiu convencer o Braga que o atleta ficasse conosco, mas ele só aceitava que o jogador viesse com um contrato de três anos, mas com os direitos econômicos permanecendo no Braga. O Náutico teria toda responsabilidade de contrato, contudo o direito econômico ficaria com o Braga. Isso é uma situação que normalmente os clubes não aceitam, mas a gente aceitou, até aceitou isso para continuar com o atleta", disse. 

Erick então colocou as suas condições na negociação. Diógenes comentou que entende o lado do jogador por se tratar de um contrato longo. "Todo atleta tem um plano de carreira. Tem atletas que querem um contrato longo e tem atletas que querem um contrato mais curto. Ele colocou algumas condições, nós abrimos ainda uma negociação, aumentamos a nossa margem de investimento nele, fugimos um pouco do limite que a gente tinha colocado, subimos, mas foi suficiente", contou. O vice-presidente do Timbu não quis dar detalhes dos pedidos feitos pelo atleta por serem "coisas bem particulares", mas de maneira breve, contou que os pedidos continham a colocação de metas de premiações e luvas. "Luvas é uma coisa muito difícil hoje no futebol. Na Série B ninguém paga luva. A gente entende, era um direito dele, um contrato longo e ele tinha o direito de pedir. Isso faz parte. Ele foi profissional conosco, a gente foi profissional com ele, tentamos uma negociação e não foi exitosa. A gente aperta a mão, cada um segue o seu caminho. Tenho certeza que ele segue torcendo pelo Náutico e a gente por ele", completou o dirigente.

Veja os gols mais marcantes de Erick pelo Náutico.

O bom momento que Erick vive na carreira coincidiu de acontecer com a boa fase que o Náutico está vivendo. Aliados, clube e jogador deslancharam na reta final da Série B de 2020 e vinham fazendo uma grande temporada em 2021. O Timbu perdeu apenas um jogo este ano e segue líder da segunda divisão, chegando a 8ª rodada tem ter perdido um jogo sequer. Agora em caminhos separados, o destino de Erick ainda não é conhecido. Apesar de a negociação ter sido encerrada sem negócio fechado, o clube deu destaque à dedicação do atleta. 

"Tem o aspecto da perda do atleta, que está muito bem, num momento muito bom e que evidentemente é um aspecto negativo. Mas tem um aspecto que não deixa de ser positivo, que a gente vê a dedicação do atleta em relação ao clube. Ele já tinha uma decisão tomada antes do jogo e ainda assim foi para o jogo e ele me disse 'eu vou para campo, vou dar a minha vida porque eu quero esse resultado, eu quero o Náutico na Série A' e se empenhou muito em campo, fez o gol, merecia o gol. É do futebol. A gente a gente recuperou o atleta, ele estava na segunda divisão de Portugal, trouxemos, ele oscilou e depois decolou. A gente fica feliz por ele, é muito bom jogador, é um menino muito bom, todo mundo gosta dele e a gente deseja realmente que ele vá muito bem. Foi vendido, voltou, saiu pela porta da frente, tem as portas do clube abertas, é um jogador muito jovem e vejo de uma forma muito tranquila inclusive que ele volte ao clube no futuro", compartilhou Diógenes. 

Reposição

Logo após o empate em 1x1 com o CRB, uma das perguntas mais feitas pelos alvirrubros foi: o Náutico vai repor a ausência de Erick? O técnico Hélio dos Anjos e o executivo de futebol Ari Barros tiveram muita cautela para falar sobre o assunto e não cravam a ida do clube ao mercado, embora reconheçam que existe a possibilidade. Diógenes Braga manteve o mesmo tom. Assim como o treinador e o executivo, vice-presidente destacou que encontrar um jogador com as mesmas características de Erick é muito difícil, mas que a saída pode ser contratar uma peça que faça a função do lado de campo pela direita e de preferência canhoto. 

"Com a característica [do Erick] eu acho muito difícil. Converso todos os dias com Hélio e a opinião da gente é bem parecida, que a gente vai buscar uma reposição, evidentemente. A gente pode até achar um jogador que contribua mais para o time do que Erick vinha contribuindo, mas a gente não vai achar um jogador que faça exatamente o que ele fazia. Erick tem uma característica muito própria, de ser um jogador muito habilidoso. Tem um um-contra-um espetacular e é muito inteligente com a bola. Precisava de um pouco mais de força, talvez um pouco mais de agilidade, mas é um jogador que o conjunto dele dá a ele uma característica muito própria, muito particular, então, na característica de Erick, a gente está ciente que não vai encontrar, mas a gente vai buscar uma reposição de um atleta que faça da melhor forma possível aquela função do lado do campo, pela direita, de preferência um jogador de perna esquerda", detalhou. 

O dirigente acrescentou ainda que o fato de o Náutico ser o líder da Série B e fazendo uma temporada de destaque pode ajudar nessa busca por reposição, já que se torna um clube mais atraente para jogadores e empresários. "Todo jogador quer estar num clube que está lutando pelo acesso, que está bem colocado, tem uma visão externa muito boa. Graças a Deus o Náutico tem uma visão externa muito boa, de um clube organizado, um clube sério e isso é muito importante. Sempre chegam nomes, é normal, todo mundo está sabendo que a gente vai precisar repor a peça e é evidente que vão chegar, como já estão chegando inúmeros nomes. É a gente ter paciência, calma e serenidade para fazer a escolha certta porque a gente não tem uma folga financeira que dê para ficar arriscando, errando e tentando de novo", concluiu.