O lateral-direito Patric entrou na justiça pedindo a rescisão indireta do seu contrato com o Sport. O motivo são atrasos de dois meses de salários (abril e maio), quatro meses de direito de imagem, um ano de FGTS não recolhido, além do 13º de 2020.
De acordo com o artigo 31 da Lei Pelé, qualquer atleta pode solicitar o seu desligamento do clube no caso de descumprimento de qualquer direito trabalhista referente à pagamentos. O jurídico de Patric identificou quatro irregularidades, citadas acima.
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Em entrevista ao Blog do Torcedor, o advogado de Patric, Donny Livingstone, ainda afirmou que as acusações feitas pelo presidente em exercício do Leão, Pedro Lacerda, no qual chamou jogadores do elenco de "canalhas e desleais", pesou bastante para a decisão.
"Fizeram alegações que não conduzem com a índole de Patric. Ele tem uma posição de destaque dentro do clube, onde é o interlocutor dos atletas com a direção. Não respeitaram a história dele, que ama o clube. Para não desgastar ainda mais a imagem dele, decidimos encerrar esse ciclo", disse Donny.
Questionado pela reportagem pelo motivo de entrar na justiça há uma semana das eleições para presidente, uma vez que o problema poderia ser solucionado com a chegada de um novo mandatário, o advogado disse que o atleta cansou de tantas promessas.
"Tivemos algumas reuniões, mas as coisas não avançaram. Para piorar, denegriram a imagem dele. Há pessoas interessadas em manter o Patric no clube para essa reconstrução que tanto falam, mas até agora não há nada de concreto. Há muito disse me disse. Para não ficar esperando e não ter resultado, estamos entrando com essa ação", complementou.
A relação entre Patric e Sport já vinha desgastada. O jogador perdeu a titularidade para o recém-chegado Hayner e teve um episódio de indisciplina, quando fez gestos obscenos para o banco de reservas após dar passe para o gol de Trellez contra o Corinthians.
Conforme apuração do Blog do Torcedor, os gestos não visaram atingir o técnico Umberto Louzer ou o elenco, mas sim a diretoria de futebol do Sport. O advogado do atleta chegou a confirmar que as situações extra-campo estavam interferindo no desempenho do camisa 12 dentro de campo.
Em tempo, Patric só atuou em cinco partidas com a camisa rubro-negra na Série A. Se tivesse jogado mais um confronto, não poderia acertar com mais nenhuma equipe do Brasileirão. Como não aconteceu, ele fica livre no mercado.
"Não foi algo premeditado. Pensamos primeiramente no bem estar do atleta. O profissional dele começou a ser afetado e até para pensar numa transferência posterior, preferimos preservar o jogador", finalizou Donny.