Não é apenas do Sport que vive dias turbulentos por conta de uma eleição absurda causada pela renúncia do seu presidente. O Santa Cruz viajou para o Piauí, onde enfrenta o Altos, numa pressão danada da organizada e sob chuva de fake news.
A notícia mentirosa é uma maldade. Espalharam um card pelas redes sociais informando que a diretoria iria se reunir para renunciar aos cargos. A diretoria nega e nem responde a quem perguntar. Não quer dá trela para quem fomenta mentira. E está certa. O foco tem que ser o Santa Cruz em campo na Série C.
O problema é que o time não engrena. E a diretoria se submete a situações que beiram ao vexame. Aliás, beiram, nao... são vexatórias.
Na véspera da viagem para o Piauí, integrantes da organizada do clube tiveram uma reunião com o presidente Joaquim Bezerra. Com direito a transmissão ao vivo pelas redes sociais e ameaças de que se o time não mostrar um melhor futebol, outros integrantes vão chegar junto.
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É deplorável ver o clube refém de uma organizada. Os papéis estão se invertendo. E Joaquim Bezerra, que assumiu o Santa Cruz há pouco, acuado. Assim como outros presidentes anteriores, conversou naturalmente, aceitou, deixou as portas abertas.
O papel das organizadas nos estádios de futebol não é mais o mesmo de antes. Infelizmente. E, pelo visto, está ganhando espaço sob o silêncio dos clubes. Escrevo no plural porque não é um privilégio do Santa Cruz e nem do futebol pernambucano. Certamente, em outros Estados, há uma influência das organizadas nos bastidores dos clubes.
E seria muito bom para o futebol brasileiro que tudo isso fosse separado. Que a violência passasse bem ao largo. A virada de chave é difícil de acontecer diante da letargia de quem faz o futebol. Mas é importante ter o primeiro passo.