Em áudio que circula nas redes sociais, o diretor Albertino dos Anjos, integrante do comitê gestor de futebol da atual gestão do Santa Cruz, faz um desabafo com relação ao momento do Tricolor do Arruda. Segundo o dirigente coral, o grupo que assumiu o clube em fevereiro deste ano herdou um Santa 'afundado em dívidas ' e, mais do que isso, heranças malditas'.
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"Pegamos um clube afundado em dívidas, o que fizeram com esse clube é muito ruim. Heranças malditas. O clube está transitando em Séries C e D há anos. A gente precisa mudar isso. É muito pior do que a gente imaginava. A gente vai sofrer um bocado para poder acertar de forma séria, de forma equilibrada, para que amanhã ou depois a gente entregue o clube para alguém e ele pegue um clube organizado", diz Albertino dos Anjos
"Não vou abandonar o barco, estamos só começando o trabalho. Estamos trabalhando para acertar. O clube afundado em dívidas, com antecipação de receitas... Não estamos deixando nenhuma causa trabalhista, temos que transformar esse clube numa empresa que dê resultado e ande com as próprias pernas", completa o diretor.
Ainda em outros trechos do áudio, Albertino dos Anjos diz que jogadores procurados não aceitam propostas do Tricolor do Arruda. O diretor também revela que foi contra a vinda do técnico Alexandre Gallo, que passou menos de 15 dias no comando do Santa Cruz e, mais do que isso, saiu sem vencer nenhum jogo.
"Abandonou de forma sacana, pediu o jogador no domingo e segunda pediu demissão. Não tem caráter nenhum", dispara Albertino dos Anjos.
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Com relação ao momento do time, o diretor ainda se mantém otimista quanto a permanência e, mais do que isso, o acesso do Santa Cruz. Segundo Albertino, o Tricolor precisa ganhar o primeiro jogo para destravar a equipe e a confiança aumentar. "Temos 11 jogos para briga por seis vitórias e ainda brigar para subir. O Santa Cruz é um time que ressurge do nada e dá certo. E a gente está com um trabalho muito sério lá dentro", finalizou.
Lanterna do grupo A da Série C, o Santa Cruz não venceu nenhum jogo até aqui. No total, foram sete partidas disputadas, com quatro derrotas e três empates. Além disso, o Tricolor do Arruda está seis pontos atrás do Floresta, que é oitavo e primeiro time fora da zona de rebaixamento.
Confira na íntegra o que foi dito no áudio de Albertino dos Anjos
Estou lá sim. E não vamos abandonar o barco, não, cara, porque estamos só começando o trabalho. Você está coberto de razão em muitas coisas, pode ter certeza disso. Estamos trabalhando para acertar, ‘tá’? Mas é um clube afundado em dívidas, um clube de antecipação de receitas. Então você, para mudar um clube, você precisa fazer acordos... A gente não está deixando uma causa trabalhista. A gente tem que transformar esse clube numa empresa que dê resultado, que o clube ande com as próprias pernas.
A gente não quer que o cara chegue lá para botar dinheiro para emprestar, para ajudar, não. A gente quer fazer o clube ser altamente sustentável. Só que estamos lá há quatro meses e pegamos um clube afundado em dívidas de anos e anos e anos. A gente se surpreende a cada dia que passa, lá. O que fizeram com esse clube foi muito ruim. Heranças malditas. O clube está transitando na Série D e Série C há muitos anos. E a gente precisa mudar isso.
Mas a gente sabia que iria assumir um clube desse com muita bomba. Só que não tão graves como a gente está vendo agora. Muito pior do que a gente imaginava. Isso é muito grave, isso é muito sério. Só você indo lá dentro… Eu convido você e seus amigos para ir lá, uma hora, para você entender a realidade dos fatos. Lá dentro, para você ver: “caramba, vocês não estão errados não”. Porque a gente vai sofrer um bocado para poder acertar de forma séria, de forma equilibrada, para que amanhã ou depois, a gente entregue esse clube, numa sucessão, para alguém e esse alguém pegue um clube organizado, estruturado, com acordo de dívidas, entendeu? Para que o clube possa andar, possa ter credibilidade.
Hoje o jogador não quer vir jogar no clube, treinadores sem compromisso… Não era para ter trocado um treinador. Era para ter contratado o primeiro e acertar no primeiro. Só que a gente não tinha nenhuma estrutura de base para entregar ao treinador. Acabou que a pressão foi muito grande e, enfim, numa conjuntura de um colegiado acabou pedindo mudança. Inclusive, ex-presidentes pediram para fazer isso.
Aí vem um Gallo (treinador), eu até fui contra isso, mas enfim… O Gallo vem, que não ia ter compromisso nenhum com o clube. Ou seja, com três partidas, fez um bocado de lambança e abandonou o clube de forma sacana. Porque ele pediu a contratação de jogador na noite do domingo e na segunda-feira abandonou. Pediu para trazer um preparador físico, o cara pediu demissão lá do clube dele para vir, e abandonou. Não tem caráter nenhum. Enfim… Mas deixa virar a página.
Aí veio o Bolívar, que tinha um histórico bom, começando uma carreira boa. Foi indicação de um grande ex-jogador do Santa Cruz, que falou que do nome e disse “esse cara vai dar certo”... Não foi uma contratação num estalo de dedo. Eu não o conhecia, mas contratações não passavam por mim. E agora a gente está aí com Roberto Fernandes, que é um treinador que propõe o jogo, impõe que a gente está tentando mudar com o carro em movimento. E vai acontecer, cara. Vai dar certo. A gente vai destravar esse time no próximo jogo, se Deus quiser.
Hoje, o time não tem acreditação. O time não se impõe porque não tem segurança, não tem confiança. A gente precisa ganhar o primeiro jogo para o cara começar a acreditar, dentro de campo, que é possível. E a gente vai. Temos 11 jogos pela frente para a gente brigar por seis vitórias e ainda brigar para subir. E isso vai acontecer. O Santa Cruz é sempre o time que ressurge do nada e dá certo. E a gente está com um trabalho muito sério lá dentro, e vai dar certo se Deus quiser. Conte com a gente, cara. Vamos lá para dentro.