O esquema tático que o técnico Gustavo Florentín armou no time do Sport para enfrentar o Inter-RS seria o prato principal dos debates da rodada no dia seguinte à derrota para o Colorado, por 1x0. Mas o meia Thiago Neves livrou a pele do treinador. Tratou de desviar o foco. E acabou resvalando na diretoria do Leão.
Nas redes sociais, ao rebater um torcedor que o criticava, Thiago Neves expôs as mazelas do clube. Disse que comprou chuveiros, equipamentos para academia e frutas. Fica a pergunta: para quê? Criou uma polêmica que o Sport não precisava. Jogou a torcida contra a diretoria. Mas a pergunta segue viva: para quê?
Thiago Neves, assim como André e outros do elenco, não vem rendendo há bastante tempo. Não é à toa que o time está na zona de rebaixamento. O time não vence na Ilha do Retiro desde a quarta rodada, só marcou oito gols na competição. O problema do Leão vai além do treinador que não conhece o elenco e colocou um esquema que não se encaixa com o perfil do grupo. O buraco é mais embaixo. Falta comprometimento. E o episódio de hoje está bem claro.
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Há algum tempo, Neves deixou claro o seu desejo de deixar a Ilha do Retiro. Mas a atual diretoria conversou com ele e disse ter renovado a motivação dele em vestir a camisa rubro-negra. Dias depois, o meia apareceu como um porta-voz de um acordo com a diretoria que seria um grande risco: redução do salário em 30%. Esse confisco momentâneo seria pago no final da temporada caso o Sport consiga a façanha de se manter na Série A.
Thiago Neves foi porta-voz do grupo nesse acordo. Só que depois disso, o Sport não venceu um partida sequer. E pior: não mostra um futebol que mostre ao torcedor que o time está na trilha certa e que as derrotas são obras do acaso, da falta de sorte. Falta unidade ao Sport. Falta atitude. Faltam líderes dentro de campo que façam a diferença, que chamem a responsabilidade, que se comprometam a superar as limitações da equipe para também superarem os adversários.
O caso do Sport é mais um exemplo de que não se faz boas campanhas apenas com bons jogadores, esquemas mirabolantes... Futebol, como a vida, tem a relação humana que precisa ser harmoniosa. Precisa de confiança entre jogadores, comissão técnica, diretoria. A temporada do Leão foi conturbada. E pelo visto continua sendo. É um problema que precisa ser resolvido já, urgente. Para não virar uma bola de neve rumo à Série B.