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Antivacina, Djokovic revela reprovação de colegas na Austrália

Entrevista para a BBC foi a primeira manifestação pública de Djokovic desde a deportação na Austrália

Cadastrado por

Estadão Conteúdo, Túlio Feitosa

Publicado em 16/02/2022 às 14:36
Novak Djokovic foi expulso da Austrália por não estar vacinado contra a covid-19. - MARTIN KEEP/AFP

Na segunda parte da longa entrevista que concedeu para o canal de TV britânico BBC, em sua primeira manifestação pública desde a deportação da Austrália, Novak Djokovic falou sobre a reação dos colegas do tênis sobre a sua presença nas instalações do Melbourne Park durante quatro dias.



Ele relata que teve muitos olhares de reprovação de outros tenistas e demais frequentadores do evento e que seus treinamentos não seguiam uma rotina normal.

Depois de ter sido impedido de entrar na Austrália por problemas na documentação e por não apresentar o comprovante de vacinação completo contra a covid-19, Djokovic chegou a ter uma decisão judicial favorável do juiz Anthony Kelly, baseada em aspectos formais e no descumprimento dos prazos processuais por parte das autoridades australianas.

Quatro dias depois, porém, o ministro da Imigração Alex Hawke decidiu cancelar pela segunda vez o visto de permanência de Djokovic no país, citando que a presença dele na Austrália poderia influenciar o crescimento de grupos contrários à vacinação e o descumprimento de regras do controle da pandemia do novo coronavírus. O tenista apresentou recurso e o caso foi novamente levado à Justiça, mas o Tribunal decidiu pela deportação do sérvio.

"Fiquei livre por quatro dias e estava treinando, mas não foram os dias normais de treinamento que eu tenho normalmente antes de um Grand Slam. Havia helicópteros voando sobre mim em todos os treinos que tive na Rod Laver Arena. Câmeras também. E o meus colegas de profissão me machucam muito", disse Djokovic à BBC, que exibiu nesta quarta-feira a segunda parte da entrevista.

"Senti essa energia e esses olhares dos meus companheiros e das pessoas que estavam nas instalações de tênis. Obviamente, entendo que eles têm uma percepção baseada no que viram na mídia".

O sérvio também falou sobre o período em que ficou preso em um hotel que serve como detenção para imigrantes. "Definitivamente não foi uma coisa agradável, mas não quero sentar aqui e reclamar das condições do centro de detenção porque fiquei lá apenas sete dias", revelou.

"Eu só me senti impotente quando cheguei porque não me permitiram para usar o telefone por três horas. Era de madrugada e eu não conseguia dormir porque seria interrogado a cada 30 minutos, basicamente. Eu tive muitos interrogatórios, eles começaram, paravam e aí eu precisava esperar a pessoa que tinha que falar com os superiores deles. Foi assim uma noite inteira", explicou o jogador de 34 anos.

Djokovic também comentou sobre a admiração que seu filho mais velho Stefan, de 7 anos, tem pelo espanhol Rafael Nadal.

"Ele me perguntou há alguns dias onde seria o próximo torneio que Rafa jogaria e que eu também estivesse. Eu disse a ele que não sabia, mas espero que seja em breve. Aí perguntei por que e ele me respondeu: 'Eu queria muito tirar uma foto com o Rafa'. Foi muito difícil para mim assistir a final do Australian Open porque queria muito estar lá. Minha esposa estava torcendo por Medvedev, mas meu filho estava torcendo pelo Rafa e pulava a cada ponto que ele fazia", contou.

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