A Fórmula 1 é um dos mais, se não o mais, complexos dos esportes. Com tantas minúcias e particularidades nos carros, equipes e estratégias, as polêmicas e discussões são frequentes na categoria.
No GP do Canadá, o clima voltou a esquentar e a Mercedes chegou a ser acusada de trapaça pelas outras equipes após aparecer com uma segunda haste para segurar o assoalho do carro, o que ajudaria a diminuir os quiques da suspensão e, portanto, reduziria a perda de desempenho, o que de fato aconteceu.
Lewis Hamilton voltou ao pódio pela segunda vez na temporada, terminando em 3°. Mas, apesar da clara diminuição dos quiques na suspensão, eles ainda estavam lá e a Mercedes, também com George Russell, 4° colocado, não conseguiu fazer frente à Ferrari e Red Bull.
O problema em si não está na presença do recurso, que é legal e está dentro das regras. O questionamento se deu pela agilidade na solução encontrada pela Mercedes, que já a apresentou na sexta-feira, apenas um dia após a autorização emitida pela Fia.
Segundo as equipes rivais, não haveria tempo hábil para a equipe encontrar tal solução se não com acesso à informação privilegiada, que supostamente teria vindo de Shaila-Ann Rao, secretária geral do esporte na FIA e que foi conselheira de Toto Wolff na Mercedes entre 2016 e 2018.
Clima esquentou entre Mercedes, Ferrari e Red Bull
Acostumada a vencer, a Mercedes enfrenta problemas de desenvolvimento nesta temporada, o que a vem fazendo solicitar ajustes no regulamento, sobretudo após as fortes dores nas costas relatadas por Lewis Hamilton no GP do Azerbaijão, na semana passada.
Christian Horner, chefão da Red Bull, teria insinuado que as queixas dos pilotos não são autênticas e se tratam de uma instrução da Mercedes para pressionar a Fia a alterar o regulamento, o que poderia contribuir para diminuir a diferença da equipe alemã para suas concorrentes.
Tal atitude teria irritado Toto Wolff, que, segundo a colunista Julianne Cerasoli, do UOL, teria se exaltado durante a reunião do sábado, criticando duramente Horner e Mattia Binotto, chefe de equipe da Ferrari.
A princípio, as queixas dos rivais não devem implicar em nenhum tipo de punição para a Mercedes e servem mais para contrabalancear a pressão exercida sobre a Fia de forma a ter o mínimo de alterações e flexibilizações no regulamento até o fim da temporada 2022.