Atualizada no dia 6/5
O Maranhão foi o primeiro Estado brasileiro a adotar o chamado lockdown na atual pandemia do novo coronavírus. Depois dele, Pará, Ceará e Bahia anunciaram a mesma medida. Desde a terça-feira (5), algumas cidades maranhenses passaram a ter bloqueios em todas as atividades não essenciais. Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e utilizado em alguns países, como Itália e Argentina, o bloqueio total das atividades se diferencia do isolamento social pela sua restrição.
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Em Pernambuco, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) confirmou, nesta quarta-feira (6), mais 556 casos de coronavírus no Estado. Também foram confirmadas laboratorialmente 54 novas mortes em decorrência da covid-19. Com isso, Pernambuco agora contabiliza 9.881 casos confirmados e 803 mortes. Neste quadro, o Estado analisa adotar o lockdown como medida para frear o avanço do contágio. O governo estadual, que restringe o comércio apenas a serviços essenciais desde 21 de março, já pediu apoio do governo federal para endurecer o isolamento social. No Recife, município com o maior número de casos, o prefeito Geraldo Júlio também planeja endurecer as regras do distanciamento.
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Embora não impeçam a transmissão, as medidas durante a quarentena - período de isolamento social - visam reduzir a velocidade com que o vírus se propaga. Em boletim epidemiológico emitido no dia 6 de abril, o Ministério da Saúde definiu as diferenças entre os três tipos de isolamento social.
Esse é o nível mais alto de segurança e pode ser necessário em situação de grave ameaça ao Sistema de Saúde. Durante um bloqueio total, todas as entradas do perímetro são bloqueadas por profissionais de segurança e ninguém tem permissão de entrar ou sair do perímetro isolado.
O objetivo dessa medida é interromper qualquer atividade por um curto período de tempo. Ela se mostrou eficaz para redução da curva de casos e dar tempo para reorganização do sistema em situação de aceleração descontrolada de casos e óbitos.
Trata-se de uma imposição determinada por lei ou por decisão judicial, como aconteceu inicialmente no Maranhão, em consonância com o decreto de isolamento social no Estado. Tudo que não for extremamente necessário à manutenção da vida e da saúde estará bloqueado durante dez dias, nas cidades de São Luís, Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar.
Nas quatro cidades citadas, será proibida a circulação de carros, exceto para compra de alimentos ou medicamentos e transporte de pessoas para hospitais. A entrada de veículos em São Luís também estará proibida, sendo permitido apenas o trânsito de carros com passageiros se deslocando para hospitais, ambulâncias, viaturas e veículos com cargas de produtos essenciais. As agências bancárias deverão funcionar somente para o saque de auxílio emergencial, salários e benefícios sociais.
No Pará, segundo estado a adotar a medida, o lockdown passará a funcionar, inicialmente de forma educativa, a partir desta quinta-feira (7) até o domingo (10). Depois, as punições em caso de descumprimento serão aplicadas. A determinação é válida para os seguintes municípios: Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Castanhal, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Vigia (nordeste), Santo Antônio do Tauá (nordeste), Breves (Marajó).
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Em Fortaleza, capital do Ceará, o sistema será implementado na próxima sexta-feira (8). O tráfego de veículos particulares só será permitido em casos devidamente justificados, mas, para garantir o funcionamento das atividades essenciais, ônibus, táxis, mototáxis e o serviço de transporte por aplicativo funcionarão normalmente. Em Pernambuco, a Prefeitura do Recife não descarta a possibilidade de também adotar a medida.
Essa estratégia não limitada a grupos específico, e exige que todos os setores da sociedade permaneçam na residência durante a vigência da decretação da medida pelos gestores locais. Esta medida restringe ao máximo o contato entre pessoas.
O objetivo é reduzir a velocidade de propagação, visando ganhar tempo para equipar os serviços com os condicionantes mínimos de funcionamento: leitos, respiradores, EPI, testes laboratoriais e recursos humanos.
Já esse estágio determina que apenas alguns grupos devem ficar isolados, sendo selecionados os grupos que apresentam mais riscos de desenvolver a doença ou aqueles que podem apresentar um quadro mais grave, como idosos e pessoas com doenças crônicas ou condições de risco como obesidade e gestação de risco. Pessoas abaixo de 60 anos podem circular livremente, se estiverem assintomáticos.
O objetivo dessa estratégia é permitir o retorno gradual às atividades laborais com segurança, evitando uma explosão de casos sem que o sistema de saúde local tenha do tempo de absorver.