Durante o Encontro de Novos Gestores promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) nesta quinta-feira (14), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, fez a defesa da confiabilidade e da eficácia da vacina que está sendo desenvolvida pela instituição em parceria com o laboratório chinês Sinovac, a CoronaVac. Dimas participou de forma virtual do encontro, realizado no Hotel Canarius, em Gravatá. O Butantan é ligado ao Governo de São Paulo, que lançou um programa de vacinação próprio com um cronograma previsto para ser iniciado no dia 25 de janeiro, caso haja aprovação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A análise dos documentos, que inclui também toda a fase de testagem, é o que vai embasar a Anvisa a permitir o uso da CoronaVac no Brasil.
"Essa vacina que nós estamos em desenvolvimento junto com a China uma vacina das mais promissoras, uma vacina segura, com base na tecnologia que nós dominamos que é tecnologia de vírus inativado, e portanto, que determina a esse tipo de vacina uma segurança muito grande em termos de reações adversas", afirmou Covas, convidado para esclarecer dúvidas aos gestores municipais sobre o desenvolvimento e distribuição da vacina.
Dimas Covas também ressaltou o fato da vacina ser versátil para o transporte e armazenamento, diferentemente de outros imunizantes, como o da Pfizer, que precisa ser conservado em uma temperatura de -70º C. "Nós transportamos essas e outras vacinas em temperatura de geladeira. Ela é uma vacina muito estável, que pode ficar até 27 dias em temperatura ambiente, e portanto apropriada para atingir todos os municípios do Brasil desde os localizados na nossa Amazônia Legal, no nosso semi árido, enfim, uma vacina muito própria para uso no Brasil", garantiu.
Segundo o diretor, o Butantan já produziu um milhão de doses da vacina na semana passada. Com a capacidade de produção de um milhão de doses por dia, o instituto planeja produzir 46 milhões delas para serem entregues entre o final de janeiro e o início de fevereiro de 2021. "Esperamos que essa vacina seja incorporada ao nosso programa nacional de imunização, que é o maior programa de vacinação pública e gratuita do mundo e não haveria motivos para que com essa vacina fosse diferente", cobrou o diretor.
O objetivo do encontro da Amupe foi acolher os novos prefeitos pernambucanos eleitos para o mandato de 2021 a 2024 e e integrá-los às as diretrizes da Amupe, sob a ótica da gestão pública sustentável, ainda mais necessária para lidar com o período de pandemia e pós-pandemia. "A Amupe é uma entidade de todos e todas, sempre firme na causa municipalista. Todos os assuntos de interesse dos municípios, do desenvolvimento, em várias negociações e movimentos, regados ao interesse do povo de Pernambuco, a Amupe sempre esteve presente. Quero dizer que os desafios que já estão postos à janeiro são enormes, mas a Amupe está pronta para auxiliar cada gestor e gestora. Vamos com união, diálogo e forças para continuarmos inovando na gestão", afirmou Patriota.
Além dos gestores municipais, participaram da mesa de abertura o governador Paulo Câmara (PSB), de forma virtual, a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB); o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi; o prefeito de Gravatá, Joaquim Neto (PSDB); o presidente do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), Dirceu Rodolfo; o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros; a prefeita de São Bento do Una e secretaria da mulher da Amupe, Débora Almeida; e um representante da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP).
"Eu só tenho agradecer à Amupe por tantas parcerias que estão sendo feitas com o governo do Estado e desejar um bom mandato a todos os eleitos. É um aprendizado conjunto que a gente quer manter com todos os prefeitos e prefeitas para o bem de Pernambuco, pois esses encontros da Amupe são importantes para a montagem de um plano de trabalho para os próximos anos”, afirmou Paulo Câmara.
O encontro da Amupe segue nesta sexta-feira (15), quando haverá uma palestra do reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, e a participação de Paulo Câmara e secretários estaduais.
O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (14) que a entrega dos documentos com os resultados finais de eficácia da CoronaVac à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será adiada. O dossiê estava previsto para ser entregue nesta terça-feira (15), mas será liberado apenas no dia 23 de dezembro. A notícia foi antecipada pelo blog de Lauro Jardim.
"Adiou uma semana exatamente para melhorar os aspectos de análise da eficácia da vacina. O adiamento de uma semana é pelo bem, não pelo mal. Não é pelo risco, mas pela vantagem" disse o governador, em entrevista à Rádio CBN.
Em coletiva de imprensa nesta segunda, Doria afirmou que o adiamento vai ocorrer para que seja entregue o estudo conclusivo da CoronaVac, e não os resultados dos testes clínicos, uma vez que atingiu-se o número mínimo de infectados por Covid-19.
"Na prática, optar por registrar a vacina com o estudo conclusivo garantirá agilidade. A solicitação ocorrerá de forma simultânea na Anvisa e na agência chinesa de regulação de medicamentos. A decisão de concluir o estudo ocorre após os cientistas terem sinalizado que o número mínimo de 154 voluntários infectados havia sido ultrapassado. A fase três já tem 170 infectados nos grupos vacinados ? explicou o governador.