Com informações do Correio Braziliense
Em estado de choque diante dos crimes dos quais o marido é suspeito, a companheira de Lázaro Barbosa Sousa, 32 anos, conhecido como "serial killer do Distrito Federal", torce para que ele se entregue logo à polícia. A jovem de 19 anos, que preferiu não se identificar, concedeu entrevista ao Correio Braziliense e disse que a família está sofrendo ameaças e temendo "receber a notícia de que ele morreu".
Os dois estão juntos há quatro anos e têm uma filha de 2 anos. "É um bebê que quase todos os dias chama por ele. Isso me corta tanto. Ela é muito apegada. É a vida dele. Está todo mundo arrasado", contou ao Correio.
A mulher se diz decepcionada com o comportamento de Lázaro e indicou que está disposta a ajudar a polícia nas buscas por ele. "Se a gente tivesse a oportunidade de ir com a polícia para o meio do mato, para convencê-lo a se entregar. A gente não sabe o que aconteceu na mente e no coração dele. A ficha não caiu", destacou.
A jovem também rebateu acusações de que o companheiro estaria envolvido em rituais macabros. "Não acredito em nenhum ritual. Ele tinha uma fé em Deus muito grande, foi até pregador da palavra no presídio. Eu só vou acreditar que ele se envolveu mesmo nisso quando ele for pego e falar", disse.
Oitos dias de buscas
Há oito dias, a polícia busca por Lázaro. Nesta quarta-feira (16), em evento em Brasília, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que mais de 300 agentes de segurança, que incluem policiais de Goiás, estão empenhados em capturá-lo, mas que o foragido tem feito a polícia "quase de boba".
A Polícia Militar usa helicópteros, cães farejadores e conta com auxílio da Polícia Federal para capturá-lo. "Trata-se de um bandido perigoso e pelo jeito treinado em se esconder pelas matas", disse Ibaneis.
Nesta terça-feira, 15, Lázaro fez uma pessoa de refém em Edilândia (GO) e trocou tiros com policiais. Um agente foi atingido, mas ficou bem após socorro médico.
"Foram tiros de raspão, dois tiros, os dois passaram de raspão no rosto. Já foi socorrido e está tranquilo", disse o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Marques, em entrevista na noite de terça-feira.
O foragido havia sido visto em propriedades rurais na região do entorno do DF e Goiás. Além da cidade goiana de Edilândia, ele passou por Cocalzinho de Goiás, distante 115 quilômetros de Brasília.
Lázaro é acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia no último dia 9 de junho. Os mortos eram Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidas, de 21 anos, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15 anos.
O foragido também é acusado de participar do sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade. O corpo dela foi encontrado no dia 12 à beira de um córrego, próximo da casa onde a família morava. No mesmo dia, Lázaro fugiu de um cerco policial na cidade de Cocalzinho. Ao fugir, ele trocou tiros com agentes e ateou fogo em uma casa.
Em entrevista na segunda-feira (14), o secretário de Segurança Pública de Goiás classificou o foragido como "psicopata". "Ele, além de ser um psicopata, é da região. É o que nós chamamos de 'mateiro', acostumado a se emburacar no mato. Ele deve ter outra motivação psicótica. Está muito focado em seguir na trajetória criminosa. Mas vamos chegar até ele", afirmou.
Nascido na cidade baiana de Barra do Mendes, a 530 quilômetros de Salvador, Lázaro já respondeu, na cidade natal, a um processo por homicídio quando tinha 20 anos. Em 2011, já em Ceilândia, ele foi condenado por estupro e roubo com emprego de arma. Ele chegou a ser preso em 2018, em Águas Lindas de Goiás, mas fugiu do encarceramento poucos meses depois.
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