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Incêndio de grandes proporções atinge parque estadual em Fortaleza

A ocorrência foi primeiramente registrada às 20h15min da quarta, o fogo continua se estendendo numa linha de quase 900 metros

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 18/11/2021 às 23:30
Bombeiros tentam debelar focos de Incêndio no parque do Cocó - Fabio Lima/O POVO

O tenente bombeiro Valdomiro Loreto, do 1º Batalhão da corporação, quase não pôde descansar para combater o alastramento do fogo no Parque Estadual do Cocó, iniciado na noite da quarta-feira (17). Trabalhou ininterruptamente por 21 horas. "Estou desde às oito da noite de ontem. Só vou sair porque não tenho com quem deixar minhas filhas, por um contratempo, senão continuava por aqui", descreveu, da avenida Murilo Borges, numa das bases montadas para a operação. A matéria é do jornal O Povo para a Rede Nordeste.

Loreto foi um dos primeiros da equipe de combate a chegar no local. A ocorrência foi primeiramente registrada às 20h15min da quarta. Foi divulgado que o fogo havia iniciado às 18 horas, mas a assessoria da corporação corrigiu a informação.

 

Num dos instantes mais difíceis do trabalho das guarnições, entre as 22 horas e a meia-noite, Loreto disse que o fogo se estendeu continuamente numa linha de quase 900 metros. "Era tanta fumaça que havia trechos que eu não conseguia enxergar três metros na minha frente", comenta o tenente. Em sua meia dúzia de anos como Bombeiro, ele afirma que esse foi o pior incêndio que já presenciou no Parque do Cocó. "Em intensidade, com certeza esse é o maior."

No local, foi diminuída a energia das chamas no braço. Cada bombeiro tinha as ferramentas de combate em mãos para agir, pois as viaturas e mangueiras não eram tão extensas e as que foram usadas se estendiam por emendas, para alcançar os focos de fogo. Os equipamentos utilizados foram enxadas, bolsas costais com água, abafadores e os equipamentos de proteção individual (EPIs).

"Chegamos a ter 872 metros dessa linha de fogo na mata ao lado da avenida. Algumas labaredas mais altas que eu, que tenho 1,86m, mas muitos pontos com chamas muito mais altas", detalha.

A área de manguezal tornou difícil a atuação dos bombeiros durante o combate, pois limitou o acesso das viaturas à mata, de modo que precisaram realizar a operação a pé. Na ocasião, quando perseguiam as chamas, um momento caminhavam bem, em outro afundavam os pés na lama.
Além disso, o vento dificultava mais ainda o trabalho do pessoal. Inclusive, temiam que as labaredas atingissem residências próximas ao local. Na descrição dada pela assessoria de imprensa dos Bombeiros, havia um "L" de casas que esteve nessa zona de perigo.

Fogo controlado

O incêndio foi dado como controlado por volta das 13 horas do dia 18/11, mas o trabalho dos bombeiros se estenderá durante a noite desta quinta e as primeiras horas de sexta-feira. O fogo que é considerado controlado não foi ainda totalmente apagado. Na noite/madrugada buscarão extinguir os pontos com chamas e fazer o controle da dispersão de fumaça. Segundo Loreto, toda a região noroeste e oeste de Fortaleza recebeu essa fumaça.

"Quarenta homens vão sair agora, no início da noite, e outros 20 vão entrar de serviço", confirmou o tenente Eduardo Dutra, da assessoria de comunicação da corporação. Isso considerados apenas os que precisaram atuar no combate manual das chamas. Até as 17 horas da tarde, os helicópteros da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) haviam feito 118 voos na região. Cada aeronave conseguia transportar 545 litros de água, o que somou quase 65 mil litros despejados. Os arremessos só puderam ser feitos com a luz do dia.

Reclamações a respeito da fumaça partiram de diversos bairros de Fortaleza durante esta quinta-feira (18). De acordo com o tenente Dutra, os 12 focos de incêndio identificados foram monitorados dentro de um perímetro de 20 hectares. Drones e helicópteros auxiliarão na captação de imagens que, além de demarcar a área de atuação, serão utilizadas na investigação do caso.

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