Com a intenção de prevenir e alertar comunidades do Estado sobre mudanças climáticas e possíveis desastres naturais, como deslizamentos de barreiras e alagamentos, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) doou pluviômetros semiautomáticos para medir a quantidade de chuva em vários pontos das cidades. Recife ganhará 24 equipamentos, que, somados aos 11 já existentes na Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), formarão uma rede para alertar moradores das áreas de risco.
Técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao MCTI e responsável pelo projeto dos pluviômetros nas comunidades, apresentaram nesta terça-feira (15) noções básicas para a instalação do pluviômetro e sobre a mobilização comunitária. O encontro reuniu representantes da Defesa Civil estadual e dos municípios de Recife, Barreiros, Igarassu, Cortês e Vitória de Santo Antão, e algumas lideranças comunitárias.
De acordo com Maria Rita Souza Fonseca, pesquisadora do Cemaden, o monitoramento da peça é feito através de um visor que mostra o acumulado de chuva. “Mas é necessário a leitura dos dados pelos usuários, por isso precisamos envolver representantes de comunidades, escolas e defesas civis”, explica. Os pluviômetros são instalados em locais pré-definidos pelas defesas civis dos municípios.
Na capital pernambucana, segundo o gerente de engenharia da Secretaria-executiva de Defesa Civil do Recife, Edgard Pessoa de Melo, serão instalados, ainda esta semana, equipamentos nos bairros do Morro da Conceição, Alto José Bonifácio e Campina do Barreto, na Zona Norte, e Ibura, na Zona Sul. “Precisamos de ferramentas que regionalizem os índices de chuva das cidades e com os pluviômetros vamos ampliar a rede de monitoramento, tanto nos morros, com os deslizamentos, quanto na planície, com os alagamentos”, explica Edgard Pessoa de Melo.
No site do Cemaden (http://www.cemaden.gov.br/) é possível cadastrar o município que tem interesse em receber os equipamentos. “O projeto tem uma função educativa de desenvolver a percepção de risco nas comunidades que vivem em áreas de perigo. Não visa o monitoramento em tempo real para o envio de alertas, porém os pluviômetros semiautomáticos podem contribuir no monitoramento, a partir do momento que a comunidade informar os dados às defesas civis locais durante períodos chuvosos”, explica a responsável pelo projeto, Silvia Saito.
“Prevenir é muito mais barato do que reverter os efeitos dos desastres e nosso trabalho é, justamente, estimular a cultura da prevenção dos desastres. As comunidades passam a desempenhar o papel de protagonistas na gestão de riscos e não meros coadjuvantes”, acrescenta Maria Rita Fonseca.