Desde ontem, 30 de abril, o Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife, oferece à população um novo equipamento: o núcleo de educação ambiental onde serão realizadas oficinas de compostagem, contação de história e outras atividades educativas permanentes. O Econúcleo Jaqueira ocupa uma área de mais de 200 metros quadrados num parque arborizado com centenas de árvores e que recebe cerca de 25 mil pessoas por semana.
Visitantes do econúcleo serão convidados a brincar com jogos digitais na sala interativa e de tabuleiros na área externa. Mas poderão, também, correr entre os pés de jaca, azeitona roxa, sapoti, goiaba, ubaia, pau-brasil, ipê, acácia e jasmim. Por enquanto, as plantas não estão identificadas. Placas com nome científico e popular e a origem de cada espécie serão colocadas nas árvores na primeira semana de maio.
“Vamos botar cem placas de identificação nos vegetais”, diz a engenheira agrônoma Ana Guedes Vilar, administradora do Parque da Jaqueira. A área verde escolhida para receber o segundo econúcleo do Recife (o primeiro funciona no Jardim Botânico, no Curado, Zona Oeste) completou 30 anos em 2015 e faz parte da história de habitantes da cidade.
Dois meses atrás, diz Ana Guedes, uma moradora do Rio de Janeiro, com raízes no Recife, fez uma cerimônia no parque para marcar o primeiro aniversário de morte da mãe e pediu permissão para plantar um pé de flamboaiã no local. “Era uma homenagem à mãe, a árvore foi colocada perto da igreja”, conta.
De acordo com Ana, plantio é o pedido mais comum. “Os usuários trazem plantas de estimação ou querem botar uma muda para comemorar o nascimento de um filho e acompanhar o crescimento da árvore”, comenta. A Jaqueira também já acolheu as cinzas do corpo de um antigo frequentador, espalhadas pela filha para atender um desejo do pai. “Por muito tempo, o gramado no local ficou lindo”, relata.
É nesse ambiente que a prefeitura inaugura o econúcleo, feito de material sustentável e com a missão de despertar no público atitudes ecológicas. O piso é de madeira de plástico vinda do Estado de São Paulo. O teto é de telha feita com PET comprada em João Pessoa, na Paraíba. A madeira de sustentação é de reflorestamento. Os bancos são de pallets reaproveitados.
O sistema de coberta permite a captação de água de chuva para ser usada na descarga do banheiro, na pia e na irrigação de plantas. Placas fotovoltaicas captarão energia solar para abastecer o espaço. A energia excedente será levada para o posto de saúde do parque e lançada na rede geral da cidade, afirma a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Cida Pedrosa.
“O econúcleo é um espaço de referência, aqui temos exemplos de que é possível ter uma vida mais sustentável”, destaca o prefeito da cidade, Geraldo Julio.
Construído como compensação ambiental pelo Real Hospital Português, “o econúcleo é fruto de muitos sonhos”, diz a secretária, destacando que o espaço foi projetado no formato de uma árvore. O local vai funcionar da quinta-feira ao domingo (feriados também), das 9h às 17h, com intervalo para almoço das 12h às 14h.
Visitas guiadas para escolas públicas e privadas devem ser agendadas pelo telefone 3355-5808.