Veja o que se sabe sobre as manchas de óleo no Nordeste

Segundo o Ibama, desde o início de setembro, 187 praias do Nordeste foram afetadas pela substância
JC Online
Publicado em 18/10/2019 às 8:40
Foto: Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM


atualizada às 11h57 de 22 de outubro de 2019

Desde o início de setembro, manchas de óleo começaram a aparecer em praias do Nordeste. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até agora, 187 praias da região foram afetadas pela substância. Em alguns casos, mesmo após limpeza, as manchas voltaram a aparecer por causa da maré.

Em Pernambuco, o material voltou a ser encontrado em praias do Litoral Sul do Estado, como São José da Coroa Grande e Carneiros. As manchas foram identificadas na tarde da quinta-feira (17) e na manhã da sexta (18), menos de 24 horas após a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) informar que Pernambuco não havia sido atingido pela substância.

No sábado (19), mais óleo chegou, desta vez nas praias de Maracaípe, Camboa, Toquinho, Merepe, Enseadinha, Cupe, Muro Alto e Serrambi. Também foi achado óleo nos rios Formoso (Tamandaré), Persinunga (São José da Coroa Grande) e Mamucabas (Barreiros) e Maracaípe (Ipojuca). E no domingo (20), as praias de Suape, Calhetas, Paiva e Itapuama, todas localizadas no Cabo de Santo Agostinho, foram atingidas pelo material.

Na quarta-feira (23), o óleo chegou ao Grande Recife e atingiu a praia de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes e na praia do Janga, na cidade de Paulista.

Na quinta-feira (24), as manchas de óleo apareceram na Praia do Pilar (Ilha de Itamaracá) e na praia de Pau Amarelo (Paulista).

Conheça as três teorias sobre o derramamento de óleo

Vazamento a 600 km da costa

Um estudo feito por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que o vazamento pode ter ocorrido em uma região entre 600 km e 700 km da costa, na altura de Alagoas e Sergipe, no dia 14 de junho. A pesquisa realizada não indica um ponto específico de onde o vazamento aconteceu. Para os pesquisadores do Coppe, é provável que o que tenha acontecido foi uma operação de troca de óleo mal sucedida em alto mar, conhecida como ship-to-ship. Eles não acreditam que o vazamento tenha relação com barris da Shell encontrados em Sergipe e no Rio Grande do Norte.

Origem da Venezuela

Uma fonte da alta cúpula do governo de Jair Bolsonaro disse, ao jornal O Estado de S. Paulo, que a substância encontrada é o mesmo tipo de óleo extraído na Venezuela. A teoria também foi levantada porque investigações sigilosas da Marinha e da Petrobras localizaram o óleo com a mesma ‘assinatura’ da substância do país vizinho. Para o presidente Jair Bolsonaro, o vazamento de óleo foi criminoso.

'Navios fantasmas'

A terceira teoria é a de que o derramamento do óleo foi provocado por ‘navios fantasmas’, ou seja, embarcações que navegam de forma clandestina. Esses navios desligam o transponder, que são aparelhos obrigatórios e que registram a localização das embarcações em tempo real.

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