Refúgio de espécies ameaçadas

Estação Ecológica de Murici, Alagoas, serve de abrigo para 20 espécies raras retratadas em livro
Alexandre Morais
Publicado em 25/07/2012 às 14:44


Uma área de mata atlântica equivalente a seis campos de futebol, em Alagoas, é a moradia de 20 espécies raras e ameaçadas de extinção retratadas em livro lançado recentemente. São sete aves, uma perereca, uma cobra, dois mamíferos e nove plantas que vivem na Estação Ecológica de Murici, uma unidade de conservação federal com 6.116 hectares.

Assinada por quatro pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a publicação traz detalhes do pintor-verdadeiro, beija-flor-das-costas-violeta, limpa-folha-do-nordeste, choquinha-de-alagoas, zidedê-do-nordeste, gavião-de-pescoço-branco, jararaca, perereca-verde, gato-do-mato, guariba-de-mãos-ruivas, samambaia, pau-cardoso, pinheiro-bravo, imbiriba-da-mata, murici, pau-de-jangada, visgueiro, ananás-de-agulha e juçara.

Além de detalhes sobre o tamanho, alimentação e reprodução das espécies, o trabalho traz as principais ameaças que cada uma sofre. Intitulado Estação Ecológica de Murici, Alagoas, Brasil: espécies ameaçadas, nativas e raras, o livro tem 31 páginas e foi editado com o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. De distribuição gratuita, pode ser solicitado pelo e-mail kporto@npd.ufpe.br.

A 50 quilômetros de Maceió, a unidade de conservação que abriga as 21 espécies fica entre os municípios de Flexeiras, Messias e Murici. A estação ecológica foi criada em maio de 2001, pelo Ministério do Meio Ambiente. Abriga pelo menos 14 espécies de aves ameaçadas de extinção, o maior número entre os remanescentes de mata atlântica do Nordeste.

Como consequência da interrupção do processo de dispersão de sementes, estima-se que um terço das árvores ali existentes estão regionalmente ameaçadas de extinção.

No Brasil, a mata atlântica abriga mais de 8.500 espécies endêmicas, ou seja, exclusivas do bioma. São plantas, mamíferos, aves, répteis e anfíbios.

O Nordeste abriga um dos centros de endemismos desses ecossistema. Distribuído entre Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, é chamado Centro Endemismo Pernambuco. Murici está inserida nessa área, considerada prioritária para a conservação da biodiversidade.

Nessa área, restam cerca de 12,1% da floresta nativa. O que sobrou está confinado em arquipélagos de pequenos fragmentos imersos em uma paisagem dominada principalmente pela cana-de-açúcar.

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