No próximo dia 22, os recifenses vão poder discutir, em audiência pública, detalhes de um novo plano urbanístico que abrange a Vila Naval, Tacaruna e Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) Santo Amaro, na área central do Recife. Com novos parâmetros e mais abrangente do que foi apresentado, em novembro de 2014, o plano mantém a ideia básica de construção de torres de uso comercial e residencial, mas agora estabelece o mínimo de 1.782 moradias e reduz o número máximo de andares de 25 para 21, limitado a uma torre dessa altura por quadra. A audiência acontecerá no Ginásio Pernambucano da Avenida Cruz Cabugá, no bairro, e a ideia é apresentar o projeto de lei com as diretrizes de ocupação do solo à Câmara Municipal em setembro.
Ontem, o secretário de Planejamento Urbano do Recife, Antônio Alexandre, e o presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), João Domingos, apresentaram a proposta à imprensa. O estudo completo está disponível no site www.conselhodacidade.recife.pe.gov.br. Ele abrange a área situada entre as Avenidas Norte, Agamenon Magalhães e o estuário do encontro dos rios Capibaribe e Beberibe, onde fica a Vila Naval, com aproximadamente 110 hectares.
“A Vila Naval está bastante deteriorada e a Marinha não tem condições de fazer manutenção, então procurou a prefeitura com interesse em saber o que precisava para permutar a vila por área construída, até porque a necessidade deles seria de 372 imóveis. O plano estabelece essas condições”, explica Alexandre. O plano anterior gerou polêmica e por isso passou por novas discussões.
Conforme o gestor, a Marinha se propôs a ceder ao município o Parque dos Manguezais, uma área de 248,34 hectares, entre os bairros do Pina, Boa Viagem e Imbiribeira, na Zona Sul, que anteriormente chegou a ser oferecida por mais de R$ 30 milhões.
Pela atual proposta elaborada pelo município, uma nova vila naval seria erguida na altura do Shopping Tacaruna. Outras cinco quadras, até a Avenida Jayme da Fonte, podem receber de duas a três torres cada uma, com uma diferença mínima de três andares entre cada torre e térreo em formato de galeria, sem muros ou grades e 18% de área verde. Na margem dos rios, deverá ser dada continuidade ao parque linear da Rua da Aurora, até a altura da nova vila naval, onde está prevista uma estação fluvial. “Do ponto de vista da mobilidade há um ganho enorme, pois a Avenida Cruz Cabugá poderá ser ampliada em até 12 metros, viabilizando a continuidade do projeto de BRT e o aumento da malha cicloviária”, observa o secretário.
O plano também contempla a requalificação de áreas de preservação do entorno e da ZEIS que se estende até a Avenida Agamenon Magalhães e é formado pelas comunidades de Beco dos Casados, Ilha de Santa Terezinha, Santo Amaro e Sítio do Céu. “As intervenções indicam realocações de imóveis, com construção de habitacionais nas mesmas comunidades, para alargamento de vias e melhoria dos serviços públicos. Mas tudo isso teria que ser discutido com os moradores”, salienta João Domingos. A ideia seria construir casas nas áreas internas e edifícios na avenida.
Quem quiser participar da audiência pública pode se inscrever no site do conselho da cidade, até o dia 18, havendo pouco mais de 200 vagas. “Vamos colher contribuições até 18 de setembro”, avisa o secretário.