Pernambuco não aderiu a escolas cívico-militares por não ter certeza de sua eficiência

'Não há muitos estudos que mostram que isso tem impacto de melhoria na aprendizagem dos alunos', diz secretário de Educação de Pernambuco
JC Online
Publicado em 02/10/2019 às 10:59
'Não há muitos estudos que mostram que isso tem impacto de melhoria na aprendizagem dos alunos', diz secretário de Educação de Pernambuco Foto: Foto: Renato Alves/Agência Brasília


Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta quarta-feira (2), o secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Frederico Amâncio, afirmou que o estado não aderiu ao Programa das Escolas Cívico-Militares do Governo Federal por não haver estudos suficientes que comprovem a eficiência do modelo na oferta de melhorias na aprendizagem dos estudantes.

"Não há muitos estudos que mostram que isso tem impacto de melhoria na aprendizagem dos alunos, que é o que mais nos interessa", disse.

Apesar da recusa inicial, o secretário indicou que a decisão do governo estadual pode ser alterada. "Vale ressaltar que nossa decisão foi tomada para este momento. Então, por ainda termos muitas dúvidas, pedimos mais esclarecimentos e optamos por não aderir neste momento", completou o secretário.

Entre as dúvidas, segundo o gestor, estão a gestão da escola e a forma de seleção dos servidores oriundos das Forças Armadas.

"Escola cívico-militar não é escola militar"

Amâncio ressaltou ainda que escolas cívico-militares se diferem das militares e são uma experiência "relativamente" nova e lembrou que em Pernambuco há duas escolas da Polícia Militar, uma no Recife e outra em Petrolina, no Sertão.

"Escola cívico-militar não é escola militar, é uma proposta relativamente nova, que só algumas poucas escolas em Goiás e no Amazonas adotam. Nós conhecemos escolas militares e temos duas aqui no estado, mas escola cívico-militar é diferente", pontuou.

Questionado se a decisão de Pernambuco, governado por um partido de oposição ao presidente Jair Bolsonaro, tem relação política, o gestor negou e afirmou que a não adesão ao programa foi embasada em informações técnicas.

"Aqui em Pernambuco, as decisões são tomadas do ponto de vista técnico, em benefício da melhoria da educação, independente de governo. Sempre foi assim", explicou.

O que é o programa?

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) é uma iniciativa da pasta, em parceria com o Ministério da Defesa. O MEC afirma ainda que o Pecim apresenta um conceito de gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa com a participação do corpo docente da escola e apoio dos militares. A ideia do Ministério é implantar 216 Escolas Cívico-Militares em todo o país, até 2023, sendo 54 por ano.  

Participarão da iniciativa militares da reserva das Forças Armadas, que serão chamados pelo Ministério da Defesa, além de policiais e bombeiros militares, caso seja assim definido pelos governos estaduais e do Distrito Federal.

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