A esperança de ver os gêmeos siameses Davi e Saulo separados foi adiada para a dona de casa Karine Medeiros, 26 anos, mãe dos meninos, que estão com quase cinco meses. A cirurgia para colocação de um expansor de pele, fundamental para a separação dos bebês, que são ligados pelo fígado, estava marcada para esta terça-feira (2), no Imip, mas foi desmarcada.
O aparelho foi doado por uma médica brasileira que mora nos Estados Unidos, mas ainda não chegou ao Brasil. A expectativa é que o material chegue até o final do mês.
A colocação do expansor não irá separar as crianças. O aparelho serve para esticar a pele e preparar para a cirurgia de separação. O tempo entre a colocação do expansor e a cirurgia é de pelo menos um mês.
Enquanto isso, a mãe sofre com a rotina. Ela, os bebês, o marido e mais outros dois filhos de um e quatro anos moram em uma casa de três cômodos numa escadaria do Alto Santa Terezinha. O banho das crianças é dado do lado de fora da casa, em um beco apertado.
Trocar as fraldas é uma ginástica. Para os meninos, que viram e reviram no berço, e para a mãe, que termina a tarefa exausta. “É muito difícil, minha coluna dói. Os meninos estão pesados”, disse Karine, ofegante.
O pai dos gêmeos, Wilton Carlos de Souza, 29 anos, está desempregado. Ele já trabalhou com logística e tenta se reinserir no mercado.
Por enquanto, as doações de leite e fraldas estão suficentes para manter os gêmeos. Mas, quando eles completarem seis meses, o leite terá que ser trocado pelo Nan 2. Cada lata custa cerca de R$ 23. A família apela para receber novas doações. Foi aberta uma conta para receber recursos (Caixa - agência 0048 - operação 013 - conta 32392-0).
A assessoria de imprensa do Imip informou que ainda não tem data prevista para a cirurgia.