O Túnel da Abolição, localizado no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, passa pelo primeiro teste de trânsito para os motoristas do Recife nesta segunda-feira (13), primeiro dia útil após a inauguração. A passagem sob a Avenida Caxangá foi aberta no último domingo (12), sem chamar muita atenção. O trânsito dentro do túnel flui com tranquilidade. A quantidade de carros é considerada baixa, mas a situação fica mais complicada na Caxangá.
De acordo com a CTTU, o congestionamento na Caxangá é causado por uma soma de fatores. Antes de a Secretaria das Cidades abrir a obra para o tráfego, o local já era um dos pontos mais críticos da cidade, motivado tanto pela quantidade de veículos quanto pelas obras. Agora, além do fluxo intenso, a mudança nas vias é outro fator que agrava o congestionamento.
Quem segue pela Rua Real da Torre e deseja acessar a Caxangá no sentido Camaragibe deve se manter na faixa da direita, sem entrar no túnel. Os condutores que seguem para o Aeroporto, para o bairro de Afogados ou para a Cidade Universitária devem se manter na faixa da direita ao acessar o Túnel da Abolição. Já os condutores que desejam seguir no sentido centro ou Boa Viagem, devem entrar no Túnel da Abolição utilizando a faixa da esquerda.
A CTTU informou que a área recebeu um reforço no monitoramento, sem data para acabar. Três duplas de agentes de trânsito e três duplas de orientadores estarão tanto das imediações do túnel como no trecho da Rua José Osório para orientar os motoristas sobre as mudanças. Ao todo, 15 linhas de ônibus tiveram o itinerário alterado após a abertura do túnel.
A comerciante Mely Lopes aprovou o novo acesso e conseguiu chegar mais rápido ao trabalho, localizado próximo do túnel. Mas, para ela, o equipamento não trouxe reflexo para o trânsito da Avenida Caxangá. "O trânsito lá não mudou e continua difícil. Se você perder a entrada do túnel, tem que fazer retorno em um ponto muito longe", explica.
Aberto com 1 ano e 4 meses de atraso, o túnel faz parte do projeto viário do corredor Leste-Oeste, lançado ainda durante a gestão do ex-governador Eduardo Campos. A abertura do equipamento foi adiada seis vezes; as últimas por causa de um problema de drenagem observado após o início das obras. Este problema, inclusive, é uma das preocupações de quem utiliza o túnel. Com vários pontos de infiltração evidentes, as calçadas do túnel amanheceram molhadas e com acúmulo de lodo. A Secretaria das Cidades informou que o túnel contará com duas bombas de sucção em funcionamento 24 horas para garantir a drenagem da água.