A data ainda não está definida. Mas será na Avenida Dantas Barreto, no trecho entre o Pátio do Carmo e a Avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio, a próxima ação de ordenamento do comércio informal do Centro do Recife. “Vamos fazer na Dantas Barreto o mesmo trabalho realizado hoje (terça-feira, 4) na Rua das Calçadas”, informa o secretário municipal de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga.
Uma das principais vias do comércio popular no bairro de São José, a Rua das Calçadas teve 60 vagas de estacionamento de Zona Azul extintas e os ambulantes cadastrados só poderão trabalhar em locais determinados pela prefeitura. Com a nova organização permanecem na Rua das Calçadas 35 vendedores de mercadorias diversas (e não 39 como a secretaria havia informado segunda-feira passada).
Outros 14 camelôs que comercializam lanches, totalizando 49 cadastrados, foram transferidos para a Travessa do Forte, uma transversal no trecho final da Rua das Calçadas. “Tudo isso é provisório. No próximo ano os ambulantes vão para o shopping popular que estamos construindo no Cais de Santa Rita, em São José”, reforça o secretário.
A prefeitura pintou o meio-fio de amarelo e colocou 14 placas em postes para indicar a proibição do estacionamento na Rua das Calçadas. Também recolheu carros com pneus murchos usados como lojas em vagas de Zona Azul. Em outubro próximo, quando entrar em funcionamento o novo plano de carga e descarga do Centro, a via será fechada ao trânsito de veículos.
O primeiro dia do ordenamento foi pontuado por protesto dos ambulantes afetados pela medida. Segurando uma faixa com a frase “Fora Braga”, eles questionavam a lista com o nome das 49 pessoas selecionadas para continuar trabalhando na Rua das Calçadas. “Escolheram pela cara e os camelôs mais antigos ficaram de fora”, destaca Joselita Pereira Cavalcanti.
“Isso só serve para dividir o povo”, ressalta Joselita, representante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife (Sintraci). Por volta das 11h de terça-feira (4), só Euclides Lopes da Silva, vendedor de pipoca, confeito e água mineral, tinha encontrado o nome na lista. Ele trabalha na via desde 1993 e deve comparecer ao 12º andar do prédio da prefeitura, no Bairro do Recife, amanhã, para atualizar o cadastro.
Insatisfeitos com a lista, os camelôs saíram em passeata da Rua das Calçadas até a sede da prefeitura, num apitaço pelo Cais de Santa Rita e Praça do Marco Zero, até chegar ao prédio. No período da tarde, foram recebidos por representantes do gabinete do prefeito Geraldo Julio e da Secretaria de Mobilidade. Uma nova reunião será agendada. “Fizemos várias reuniões para discutir o assunto, mas pode ter havido alguma falha”, finaliza João Braga.