As ruínas de um dos primeiros engenhos coloniais construídos em Pernambuco, no século 16, ficam em Abreu e Lima, no Grande Recife. Não há gravuras mostrando como era a casa-grande, a capela, a senzala e a fábrica, local onde se produzia o açúcar de cana. Mas sobraram restos de alicerces, pisos e paredes. Com esses vestígios arqueólogos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pretendem resgatar a arquitetura do Engenho Jaguaribe.
Na falta de registros iconográficos, eles vão recorrer a tijolos, telhas e reboco das edificações para esclarecer as técnicas construtivas. O material está espalhado num terreno de 100x200 metros que já começou a ser escavado. Pedras com argamassa de cal e de arenito, comuns no período colonial, foram encontradas no local.
“Essa região, no século 17, era conhecida como uma das melhores produtoras de cal”, afirma a professora da UFPE e coordenadora do projeto, Cláudia Oliveira. Com as estruturas recuperadas é possível ter uma ideia de como era o engenho, declara o arquiteto Álvaro Moreira, que acompanha a pesquisa. “Podemos projetar a altura da casa-grande e da capela pelas paredes que desabaram”, explica ele.