Exército deve deixar as ruas do Grande Recife nesta terça

Apesar de policiais militares continuarem com a operação-padrão, governo não pediu renovação de decreto para manter atuação das Forças Armadas
Cidades
Publicado em 03/01/2017 às 7:17
Apesar de policiais militares continuarem com a operação-padrão, governo não pediu renovação de decreto para manter atuação das Forças Armadas Foto: Guga Matos/JC Imagem


Termina hoje o prazo estabelecido em decreto para 500 homens do Exército atuarem na garantia da lei e da ordem no Grande Recife, devido à operação-padrão mantida por policiais militares desde o dia 6 de dezembro do ano passado. Conforme a assessoria do governador Paulo Câmara, até ontem não foi encaminhado pedido ao governo federal para renovação do decreto. Apesar disso, o movimento dos policiais continua e hoje à tarde está programada uma caminhada de familiares de PMs e bombeiros.

A concentração está marcada para as 14h, na Praça do Derby, em bairro homônimo, na área central do Recife. “A ideia é mostrar para a sociedade as retaliações e perseguições que estão acontecendo. Vamos utilizar faixas, carro de som e panfletos e seguir até o palácio, onde esperamos ser recebidos para entregar um documento pedindo respeito ao policial e abertura das negociações”, afirma Verônica Souza, mulher do presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Albérisson Carlos.

Segundo ela, a expectativa é de que cerca de 3 mil pessoas participem do evento. “Os policiais estão sendo massacrados dentro dos batalhões. Querem obrigá-los a tirar à força o Pjes (Programa de Jornada Extra de Segurança). Além disso, muitos estão sendo transferidos como retaliação”.

DENÚNCIA

Mais de 30 integrantes da ACS foram transferidos de seus batalhões ontem, conforme informações de Albérisson Carlos. “Fomos surpreendidos com uma publicação no boletim-geral da PM. Há diretores transferidos para batalhões a mais de 200 quilômetros de distância. Querem desmontar a associação para não deixar a gente se mobilizar. Mas vamos entrar com ação na Justiça porque não há motivação para essas mudanças. É perseguição. Abuso de poder”.

Por meio de nota, a Polícia Militar alega que a medida é comum para oxigenar as tropas, tendo trocado também 21 comandantes de batalhões ontem. “É uma prática natural, que atinge muitos militares e não uma coisa dirigida às associações de policiais ou tampouco uma forma de retaliação”, diz a nota.

Reunião

Amanhã está confirmada uma reunião dos comandantes da PM e dos bombeiros com o núcleo administrativo do governo. Conforme a assessoria da PM, que não divulgou detalhes, serão apresentadas propostas que vão desde o reajuste salarial à melhoria das condições de trabalho da tropa. 

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