A primeira etapa do Eixo Cicloviário Camilo Simões, que liga o Marco Zero, no Bairro do Recife, à Fábrica Tacaruna, na Avenida Agamenon Magalhães, foi inaugurada oficialmente neste domingo (23) num evento que reuniu autoridades, ciclistas e cicloativistas.
Havia uma expectativa que o Estado apresentasse a licitação para o segundo trecho neste domingo, durante a inauguração da primeira etapa, mas o anúncio deve ser divulgado somente na próxima semana.
O evento de inauguração aconteceu na Praça da República e reuniu autoridades do governo do Estado e da Prefeitura do Recife. O secretário de Turismo Esporte e Lazer, Felipe Carreras (PSB), e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) descerraram a placa, fincada próximo ao Palácio do Campo das Princesas, com o nome da ciclovia Camilo Simões. A esposa, a mãe e os filhos do ex-secretário, que faleceu em outubro, marcaram presença na solenidade. Durante o ato, uma dupla de ciclistas passou pelo local e cobrou mais segurança nas ciclovias.
“A gente entrega essa primeira etapa do eixo cicloviário Camilo Simões e, na próxima semana, vamos lançar o edital do segundo trecho e todos os detalhes”, assegurou Carreras. A segunda etapa vai ligar a Fábrica Tacaruna até o Varadouro, em Olinda.
Para tirar o trecho do papel, foram investidos R$ 2,4 milhões. Os recursos são do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio da Prodetur.
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O percurso tem 5,1 quilômetros e compreende a Avenida Rio Branco, Ponte Maurício de Nassau, Avenida Martins e Barros, Praça da República, Ponte Princesa Isabel, Rua da Aurora, Avenida Prefeitura Artur Lima Cavalcanti , Avenida Doutor Jayme da Fonte e pista local da Agamenon Magalhães. Segundo o governo, a expectativa é que 3,5 mil pessoas utilizem o eixo diariamente para os deslocamentos.
Durante o trajeto, nas imediações da comunidade Ilha do Chié, em Campo Grande, havia um grande acúmulo de lixo invadindo um pedaço da ciclovia. O ponto fica em frente ao Ecoponto Agamenon, mantido pela Prefeitura do Recife.
Cicloativistas da Região Metropolitana do Recife, vinculados à Associação Metropolitana de Ciclistas (Ameciclo), participaram do ato e acompanharam os anúncios e entrevistas. Eles apontam algumas falhas no trajeto, como falta de capilaridade da rota. “Falta fazer as saídas. Faltam as ligações com as ruas. Não há nenhum sinal que isso vá ser feito, pelo menos não até agora”, diz Cezar Martins, associado da Ameciclo.
A descontinuidade da faixa do Marco Zero até a Praça da República é outra crítica do cicloativista Roderick Jordão, diretor de comunicação da Ameciclo.
A lentidão para implantar o Plano Diretor Cicloviário (PDC) é uma das críticas da Ameciclo. O documento foi lançado em 2014, pelo então governador Eduardo Campos, e construído com as prefeituras da Região Metropolitana do Recife, sendo assinado pessoalmente pelo prefeito Geraldo Júlio. O plano previa a construção de 590 quilômetros de infraestrutura cicloviária em toda a RMR, a um custo estimado de R$340 milhões, mas suas metas de curto e médio prazo estão sendo descumpridas.
Na capital, eram mais de 100 quilômetros. Apesar disso, alegam os cicloativistas, apenas 6,9 quilômetros do planejado foi implementado.