O WhatsApp é o mais novo aliado da população do Grande Recife no combate a assalto a ônibus. Quem tiver informações sobre ocorrências ou denúncia a respeito de criminosos, inclusive imagens, pode repassar em tempo real para a Polícia Civil pelo telefone (81) 99488-7091. Quando necessário, a Polícia Militar será deslocada de imediato para o local. A novidade foi apresentada ontem, em entrevista coletiva na Secretaria de Defesa Social (SDS), em Santo Amaro, área central do Recife.
“É uma forma de chegarmos mais rápido aos criminosos. O sigilo será garantido, mas em caso de trote teremos o número de quem ligou”, salienta o secretário-executivo da SDS, Humberto Freire. O recebimento e gestão das mensagens fica a cargo da Força-Tarefa Coletivos e o telefone não está disponível para ligações.
A medida é mais uma das inovações implementadas após reestruturação da FT Coletivos, por meio da Portaria nº 4383 de 17 de agosto. O novo formato é citado como principal fator para redução do número de assaltos a ônibus no Grande Recife, a partir de setembro. Segundo a SDS, o mês de outubro teve registro de 65 ocorrências, 39% a menos do que o mesmo mês em 2016, quando houve 107 casos. Em setembro, a queda foi de 43%, de 132 para 75. Em 2017, contudo, já se contabiliza 1.274 registros, quando o ano todo de 2016 teve 1.032.
“Estamos fazendo reuniões semanais, acompanhando tudo o que acontece, focando nos locais de maior ocorrência e os resultados são significativos, mas não há nada a se comemorar, há muito o que se fazer”, declara o secretário da SDS, Antônio de Pádua. Em outubro, foram 6.092 abordagens a ônibus e 54 mil a pessoas. Houve 272 prisões este ano.
Os dados da SDS continuam bem divergentes dos números do Sindicato dos Rodoviários, que contabiliza 3.376 ocorrências este ano, sendo 109 este mês, 281 em outubro e 372 em setembro. “Há uma queda tímida, mas ainda temos uma média muito alta (9,3 por dia)”, diz o presidente da entidade, Benílson Custódio. O sindicato diz que nem todas as ocorrências são registradas e a SDS, que a entidade pode contabilizar a mesma ocorrência mais de uma vez.
“De maneira alguma estamos nos sentindo mais seguros dentro dos ônibus. Minha mulher já foi assaltada, minha sogra, prima, tia... Cheguei ao absurdo de comprar dois celulares, um para o bandido”, desabafa o técnico em informática Henrique Brandão, 28 anos. “Eu ando assustada, não vejo fiscalização e não acredito em redução”, reforça a técnica em enfermagem Regiane Fernandes, 40.