A mulher morta com mais de 30 facadas no bairro de Aguazinha, em Olinda, foi vítima de latrocínio, roubo seguido de morte. A conclusão do caso foi apresentada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (9). Marcela Gomes Leite, de 32 anos, foi morta no último dia 26 de dezembro. Exames de DNA ajudaram a encontrar o responsável.
De acordo com a delegada Fabiana Leandro, responsável pelas investigações, o material genético encontrado nas unhas da vítima e no celular dela, que foi roubado pelo suspeito, bate com o Denilson de Andrade. O homem foi preso no dia 29 de dezembro na cidade de Itaquitinga, na Mata Norte do Estado.
Durante a prisão, Denilson confessou ter cometido o crime e negou que a motivação fosse passional. O homem afirma que seu intuito era roubar um dinheiro que Marcela guardaria em casa e que não pretendia matá-la.
O suspeito informou que a vítima acordou no momento em que ele invadiu a casa. Marcela teria pego uma faca para reagir, mas Denilson conseguiu tomá-la e golpeou a vítima. O homem também disse que havia ingerido bebida alcoólica e drogas no dia anterior.
A casa da vítima estava completamente revirada, o que confirma a versão do suspeito de que estaria procurando dinheiro. Não encontrando a quantia, o homem fugiu levando o celular da mulher.
Segundo a delegada Fabiana Leandro, os exames feitos no Instituto Médico Legal (IML) foram primordiais para as investigações. Outros dois homens, que eram considerados suspeitos, também disponibilizaram fizeram exames. “Os dois primeiros suspeitos que foram levados à delegacia prestaram depoimento e foram encaminhados aos IML, onde disponibilizaram material genético para o confronto. O confronto deu negativo para eles”, informou a delegada.
Denilson de Andrade teve prisão temporária de 30 dias decretada. Após o encerramento do inquérito, o que deve acontecer até o final da semana, a prisão deve ser convertida em preventiva.
Os peritos analisaram as provas apresentadas pela Polícia e as recolhidas no local do crime para corroborar com as investigações. De acordo com o perito do DHPP Diego Costa, a casa da vítima estava completamente revirada e havia sangue em todos os cômodos.
A perícia realizada no local comprovou que Denilson arrastou a vítima do quarto para a cozinha, com a intenção, segundo ele, de reanima-la.
"Era um cenário de muita violência, de que ela lutou muito para sobreviver mas, infelizmente, ele estava armado com uma faca e conseguiu efetuar vários golpes nela", informou o perito Diego Costa.
Marcela Gomes Leite, 32 anos, auxiliar de ensino, foi morta com mais de 30 facadas na manhã do dia 26 de dezembro, no bairro de Aguazinha, em Olinda. Ela foi encontrada com ferimentos nas costas, tórax e rosto.
No portão da casa não havia sinais de arrombamento. Por dentro, tinham alguns objetos revirados e quebrados, mostrando que houve resistência de Marcela para tentar parar o criminoso.
Familiares arrombaram a porta e encontraram o corpo. Eles foram até a casa após colegas de trabalho sentirem falta da vítima e irem procurar por ela. Marcela Gomes trabalhava como assistente educacional na Associação Brasil América (ABA).
Segundo o perito Tadeu Cruz, que analisou o corpo da vítima, Marcela lutou muito para se defender. Ele ainda acrescentou que pelas marcas das facadas e pelo número de golpes, a pessoa que cometeu o crime estava com "muita raiva da vítima". Além disso, outro indicativo de luta corporal foram os móveis revirados. O Instituto de Criminalística esteve no local e solicitou o exame sexológico para averiguar se houve abuso sexual antes da morte.
Marcela morava apenas com a filha de 13 anos, que não estava presente no momento do crime.