Depois de realizarem um ato-debate nesta quinta, na Pracinha do Diario, no Centro do Recife, movimentos sociais e sindicalistas prometem para esta sexta um Dia de Luta em Defesa do Transporte, com várias mobilizações pelo Grande Recife, ao longo da manhã, culminando com um grande protesto, a partir das 14h, em frente ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran), na Iputinga, Zona Oeste do Recife. Lá, na Secretaria das Cidades, acontece reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), às 15h, com o objetivo de prorrogar o mandado dos seus integrantes, vencidos em dezembro, para que possam discutir um aumento de passagens em outro encontro, possivelmente na próxima semana.
Nesta quinta, utilizando telão e microfone, ativistas convocaram a população a conhecer detalhes sobre o valor das tarifas, questionados em ação pública movida pela Rede de Articulação pela Mobilidade (Remo), que levou a suspensão, pela Justiça, de um possível aumento na semana passada. “Se as tarifas dos últimos três anos fossem corrigidas pelo IPCA, como manda a lei, a do anel A hoje seria de R$ 2,70. Isso significa que os usuários pagaram a mais R$ 307,7 milhões, valor que daria para comprar 1.118 ônibus novos”, informou o advogado Thiago Scavuzzi, do Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), que assessora a Remo.
Entre outras questões tratadas, a falta de fiscalização, de licitação, a apropriação dos créditos do VEM que expiram e de medidas que entram no cálculo tarifário e não são cumpridas, como o seguro de responsabilidade civil. O pintor Ronald Ferreira, 46, foi uma das poucas pessoas que parou para ouvir as explicações. “As pessoas são muito omissas, acomodadas, temos que correr atrás de nossos direitos. Não pode aumentar passagem se não tem qualidade”, defendeu. Os empresários pedem 11,02% de reajuste.
O conselheiro do CSTM Márcio Morais, representante dos estudantes, disse que vai votar contra a prorrogação dos mandados, pois discorda da manobra do governo para legalizar o órgão. “É preciso haver eleição dos oito membros da sociedade civil. Vai ser criada uma comissão para organizar a próxima Conferência Metropolitana dos Transportes e não estamos representados, cadê o diálogo?”, diz. Segundo ele, haverá movimentos em terminais, avenidas e estações de metrô.