Gestores de apenas 20 dos 42 municípios que compõem a bacia hidrográfica do Rio Capibaribe assinaram uma carta de compromisso com princípios para sua revitalização, lançada em dezembro. O documento foi homologado nesta sexta, durante o 5º Congresso Pernambucano de Municípios, promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), no Centro de Convenções, em Olinda, quando também foi lançado o selo Prefeitura Amiga do Capibaribe, pelo comitê gestor da bacia.
“Desde dezembro temos sensibilizado os prefeitos sobre a necessidade desse pacto. O selo é para dar maior visibilidade aos gestores envolvidos com essa revitalização”, afirma o presidente do comitê, Alexandre Ramos. “Hoje temos prefeituras que estão empenhadas em mudar a relação com o rio (como Toritama, no Agreste, que fechou o lixão próximo ao rio e vem tratando da poluição provocada por lavanderias) e outras que não fazem nada”.
Alexandre salienta que os principais problemas enfrentados pelo Capibaribe são o lançamento de esgoto sem tratamento, o lixo e o desmatamento das matas ciliares e nascentes. Por isso, entre os compromissos da carta está o de fortalecer ações de saneamento e prevenção a desastres naturais, bem como o de utilização racional dos recursos hídricos, além de consideração do plano hidroambiental local já existente.
A gestão sustentável da água é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que englobam metas a serem assumidas por todos os países membros da ONU. Entre as metas, está a de que até o ano de 2030 se alcance o acesso universal e equitativo à água potável; que seja possível o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos e o fim da defecação a céu aberto.
Uma das experiências citadas no evento, que discutiu todas as ODS, foi a de Afogados da Ingazeira, no Sertão, que está tratando cem mil litros de esgoto de efluentes brutos e utilizando como água para irrigação em gramados.