Não haverá cortes nem faltarão recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência do subsídio que o governo federal decidiu conceder para o diesel. A garantia foi dada pelo ministro da pasta, Gilberto Occhi, em visita ontem à tarde ao Real Hospital Português, referência no Norte e Nordeste no setor. Foi a primeira visita oficial ao Estado e região desde sua posse, há menos de dois meses, e o gestor se mostrou aberto, inclusive, a ampliar os repasses para a instituição, havendo novas demandas.
“Quero garantir a todos que dependem do SUS que não faltarão recursos para que nós possamos fazer nossos atendimentos e obrigações”, assegurou. “Houve uma série de contingenciamento em todos os ministérios para adequação do déficit fiscal, mas não em função da nova despesa com o subsídio ao diesel. O orçamento para 2018 está previsto em R$ 131 bilhões e é isso que vamos utilizar.”
O ministro da saúde conheceu as instalações do Edifício Santo Antônio – que atende, em sua maioria, pacientes do SUS d “O Ministério da Saúde fez repasse de mais de 55 milhões ao hospital e esse valor vem crescendo gradativamente ao longo dos anos em função do aumento da cobertura. Podem contar com nosso apoio. Estamos de portas abertas para discutir demandas que porventura ainda existam”, afirmou. O hospital tem uma média de 3,9 mil atendimentos ao ano pelo SUS. A demanda é referente à alta complexidade nas áreas de cirurgia cardíaca adulto e pediátrica, vascular, endovascular, hemodiálise e transplantes de medula óssea, renal, cardíaco e hepática. “No setor de hemodiálise, temos 330 pacientes inscritos, com uma média de 4,3 mil sessões por mês”, informou a gerente do SUS do RHP, Luciene Lima.
Apesar de salientar que não há atrasos nos repasses do ministério, o secretário estadual de saúde, Iran Costa, reconhece uma dívida com o hospital em torno de R$ 16 milhões, referente a um passivo do ano de 2015. “Pagamos boa parte. Esse valor já chegou praticamente ao dobro, estamos repondo”, disse. O secretário também afirmou ter solicitado ao ministro esforços para elevar o teto de financiamento dos procedimentos de média e alta complexidade, congelado há cinco anos. “Pernambuco recebe entre R$ 96 milhões e R$ 98 milhões e paga entre R$ 118 milhões e R$ 122 milhões, então há sempre um déficit médio de R$ 22 milhões”, explicou. Ele disse ter apresentado um plano para ampliação dos serviços de oncologia e pedido o credenciamento do Hospital da Mulher do Recife como de alto risco, além de cobrar maior apoio às UPAs de especialidades. “Das 11, só duas recebem financiamento do governo federal. Mas o ministério tem boa vontade”.
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