Comunidade questiona transferência de padre de Casa Forte

Abaixo-assinado pedindo a permanência de padre Deyvson Soares será entregue ao arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, quarta-feira (09)
Da Editoria Cidades
Publicado em 05/01/2019 às 7:07
Abaixo-assinado pedindo a permanência de padre Deyvson Soares será entregue ao arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, quarta-feira (09) Foto: Foto: Alexandre Gondim/JC Imgem


Paroquianos da Igreja Matriz de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, estão recolhendo assinaturas para tentar evitar a transferência de padre Deyvson Soares, que ficou à frente da Paróquia Sagrado Coração de Jesus com o falecimento de padre José Edwaldo Gomes, em julho de 2017. Eles pretendem entregar o abaixo-assinado ao arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, às 11h da próxima quarta-feira (09/01), no Palácio dos Manguinhos, localizado nas Graças, na mesma região.

“Nós fomos surpreendidos com a notícia da transferência de padre Deyvson para o Janga (Paulista, município do Grande Recife) e estamos nos mobilizando para garantir sua permanência em Casa Forte, ele cativou a todos e tem uma liderança forte entre os paroquianos”, declara Maria do Carmo de Caldas Dias Costa, vice-presidente da Casa da Criança Marcelo Asfora, entidade filantrópica vinculada à paróquia e que atende jovens carentes da comunidade, de 7 a 14 anos de idade.

De acordo com ela, padre Deyvson estava empenhado na busca de recursos para ampliar os serviços oferecidos pela Casa da Criança, instalada ao lado da Igreja de Casa Forte. A entidade sobrevive apenas de doações e do apoio da paróquia. “Estávamos trabalhando na adequação do estatuto da Casa da Criança para que pudéssemos captar até 2% de recursos brutos de empresas, isso nos deixaria mais sólidos financeiramente. Com a saída dele teremos de começar tudo do zero”, lamenta Maria do Carmo.

Padre Deyvson era administrador paroquial e fez um trabalho lindo e louvável em Casa Forte, ninguém tira esse mérito. Mas transferências são normais, fazem parte da nossa rotina, e nesse momento dom Fernando Saburido precisa dele, do auxiliar e do diácono casado em outros lugares”, declara o vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, padre Luciano Brito. Padre Paulo Dutra, o auxiliar da Igreja Matriz de Casa Forte, será transferido para a nova Paróquia de Aldeia.

O administrador paroquial, explica padre Luciano Brito, não tem a estabilidade de seis anos no lugar onde atua, como acontece com os párocos. Sendo assim, pode ser transferido pelo arcebispo a qualquer momento, se houver necessidade. Padre Deyvson Soares não foi localizado para comentar a mudança. O sacerdote atuava em Casa Forte há quatro anos e deve seguir para o Janga, onde exercerá a mesma função, no fim deste mês. Ele será substituído pelo padre Fábio Paz Queiroz, pároco de Nossa Senhora de Aparecida, no Janga, desde outubro de 2013.

Longevos

Em quase dez anos de arcebispado, é a primeira vez que dom Fernando Saburido se depara com protesto de paroquianos contrários a uma decisão que ele tomou, comenta o vigário geral. Poucos presbíteros, diz ele, são mantidos na mesma comunidade por muitos anos. “Quando eu fui transferido de Jardim São Paulo para Boa Viagem, padre Bosco estava na Paróquia de Boa Viagem há 14 anos”, recorda padre Luciano Brito.

Outro exemplo é o padre José Edwaldo Gomes, que morreu aos 85 anos e foi pároco de Casa Forte por 47 anos, sem transferência. Com uma permanência mais longa, a arquidiocese tem apenas padre Romeu Gusmão da Fonte, 89, que está na Paróquia da Torre há 62 anos e é o mais antigo sacerdote em atividade na Arquidiocese de Olinda e Recife.

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