O primeiro registro mundial de uma onça-parda com uma condição genética chamada leucismo foi divulgado em dezembro de 2018 por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso). De acordo com o pesquisador vinculado ao Departamento de Biologia da UFRPE Lucas Gonçalves, o leucismo é uma variação fenotípica de caráter recessivo que resulta na despigmentação da pelagem dos animais.
Diferente do albinismo, que se estende por todos os tecidos do animal, o leucismo só atinge as camadas com pêlos e não causa maior sensibilidade à luz do sol.
"É uma descoberta cientificamente incrível. Primeiro por tratar-se de um registro único para um animal da fauna brasileira, e por ser o primeiro caso em felinos do Brasil. O achado abre as portas para estudos genéticos e evolutivos da coloração animal em populações naturais, de relevância adaptativa no ambiente e aspectos de conservação", explica o pesquisador Lucas Gonçalves, responsável pela identificação do leucismo na onça-parda.
A imagem da onça foi captada por uma equipe do Parnaso através de armadilhas fotográficas em 2013, mas a identificação do leucismo só foi possível posteriormente. Nos anos seguintes à captura o animal não foi visto, mas o pesquisador acredita ser possível estudá-lo no futuro. "Em 2016 o monitoramento parou por falta de verbas. Esperamos retomá-lo em 2019, mas estamos trabalhando com a possibilidade de reencontrar a onça e depois fazer a captura para análise genética", declarou.