Foi preso, na última quinta-feira (21), em Sairé, um vendedor de veículos suspeito de praticar estelionato e crimes contra a economia popular no Recife. Estima-se que Danilo Mendes Castro de Melo, de 36 anos, teria lesado ao menos 40 pessoas, totalizando um prejuízo financeiro de mais de R$ 5 milhões de acordo com a Polícia Civil de Pernambuco.
A vítima de menor prejuízo financeiro perdeu cerca de R$ 9 mil nas mãos do investigado, enquanto a pessoa com maior prejuízo chegou a perder R$ 800 mil. A média do prejuízo financeiro entre as vítimas ouvidas pela Polícia Civil foi de mais de R$ 128 mil por pessoa.
A explicação dada às vítimas era de que, de tempos em tempos, as locadoras trocam suas frotas de veículo e os vendem por um preço bem abaixo do mercado quando a aquisição é feita por lote. Danilo então afirmava que o dinheiro investido seria para adquirir esses lotes por um preço que proporcionasse grande lucro na revenda e que retornasse aos investidores.
A conduta se enquadraria em algo semelhante a um esquema de pirâmide, de acordo com o delegado Fauzer Carneiro, adjunto da Delegacia de Repressão ao Estelionato. Para fechar os acordos, tudo era feito de maneira informal e na base da confiança, sem contratos ou documentos, ainda segundo o delegado. "As pessoas de fato confiavam nele, até porque de início isso dava um retorno para elas", disse. "Possivelmente muitas já o conheciam, enquanto outras não conheciam mas tinham ligação com pessoas ligadas a ele, passando confiança", explica Fauzer.
Apesar das altas quantias captadas, de acordo com a investigação o padrão de vida de Danilo era mediano, correspondente ao que ganhava no seu trabalho como vendedor. "Pelo que apuramos, não há nada exorbitante que fuja do padrão", disse o delegado.
O caso faz parte da 13ª Operação de Repressão Qualificada do ano, denominada Pit Stop, desencadeada na quinta (21). A investigação começou em setembro de 2018, com objetivo de realizar buscas em domicílios de possíveis integrantes de Associação Criminosa, voltada para a prática do crime de Estelionato e Crime Contra Economia Popular. Durante a operação, foram cumpridos um mandado de prisão e cinco mandados de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo MM Juiz da sexta Vara Criminal da Comarca de Recife.
Até o momento, não há indícios de que se trata de uma organização criminosa nesse caso. "O que a gente apurou é que existiam pessoas que ajudavam ele a captar os investidores, mas as diligências investigativas ainda não se encerraram e ainda precisamos de mais respostas para saber se ele de fato atuava ou não sozinho", afirmou Fauzer.