A estudante Larissa Maria de Oliveira, 18 anos, está entre as sobreviventes do desabamento em Afogados, nessa quarta-feira (22). Ela morava com a mãe, a filha e os dois irmãos no local havia três meses e conta que não havia rachaduras nas paredes.
JORNAL DO COMMERCIO – Como tudo aconteceu?
LARISSA MARIA DE OLIVEIRA - A gente estava em casa. Eu fui conversar com minha mãe na cozinha, enquanto ela fazia comida. Do nada, começou um barulho bem alto. Eu não imaginava o que era. Só deu pra ver tudo desabando, pedaço por pedaço, mas bem rápido. Caiu primeiro minha filha, depois eu e, por cima, minha mãe.
JC – Como foi o resgate?
LARISSA - Tiraram minha mãe, eu passei minha filha e depois saí. Fiquei procurando meus irmãos, que ficaram enterrados. Apareceram dois homens e começaram a ajudar a tirar as coisas. Acharam primeiro a menina (6 anos) e depois meu irmão (13). Eles foram socorridos em uma ambulância, minha mãe em outra e eu e minha filha em outra.
JC – O que você acha que pode ter causado?
LARISSA - Não sei, disseram que foi um caminhão que passou.
JC – Que ferimentos vocês tiveram?
LARISSA - Eu cortei os pés e machuquei as costas. Minha filha cortou o pé, porque ela ficou enterrada e eu puxei ela. Cortou e precisou levar ponto.
JC – Nesse tempo em que você estava morando lá, houve algum problema?
LARISSA - Não, não tinha rachadura nem nada.
JC – Lá moravam várias pessoas?
LARISSA - Era um corredor de quartos. Tinha muita gente. A maioria eram casais que trabalhavam fora. Não tenho ideia se estavam em casa na hora. De crianças, que eu saiba, só moravam três, com a minha filha.
JC – Agora, o que vocês vão fazer?
LARISSA - Vamos para a casa de parentes até ver pra onde vamos definitivamente.