A jovem Débora Dantas, de 19 anos, vítima de um acidente com kart, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, descobriu uma infecção no local da cirurgia que fez para reconstrução do couro cabeludo. Segundo Eduardo Tumajan, namorado da jovem, uma ferida no local não cicatrizou totalmente e foi preciso entrar em contato com o médico responsável pelo seu tratamento, o cirurgião Alex Fioravanti.
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Após receber da paciente uma foto do local afetado, o médico constatou o problema e receitou uma pomada para ser aplicada na região por uma semana. Caso não surta o efeito esperado, Débora deverá retornar a São Paulo para realizar os procedimentos adequados para eliminação da bactéria, explicou Eduardo, por telefone, à reportagem do Jornal do Commercio.
Em entrevista ao JC, Eduardo disse que Débora não se desesperou ao receber a notícia. "Ela é bem técnica. Essas coisas não assustam ela. Débora procura logo a solução", afirmou.
Na tarde do dia 11 de agosto de 2019, Débora Dantas se envolveu em um acidente de kart e teve o couro cabeludo arrancado. A pista em que ela e o namorado, Eduardo Tumajan, se divertiam funcionava em um supermercado de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
O casal havia pago R$ 100 para dar 22 voltas na pista, mas, na segunda volta, o cabelo da jovem saiu do capacete e ficou preso ao motor do kart. No mesmo dia, ela foi levada para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife. No dia 12 de agosto, passou por uma cirurgia para a reconstrução do couro cabeludo. No dia seguinte (13/08), a auxiliar de ensino passou por uma nova cirurgia.
Após quatro meses do trágico acidente com Débora Dantas, a Prefeitura do Recife sancionou uma lei que estabelece normas básicas de segurança para o funcionamento de kartódromos no Município. A medida foi publicada no Diário Oficial desse sábado (07) e tem efeito imediato.
A lei nº 18.688/2019 considera, como exigências, a disponibilidade aos clientes de itens de segurança como capacete, balaclava descartável, luvas, elásticos para pilotos com cabelos compridos e macacão especial para amortecer o impacto em caso de queda.
Segundo o texto, todas as empresas precisam colocar cartazes e avisos sobre cuidados na utilização dos karts, como perigo de contato com partes rotativas, energizadas, superfícies quentes e com o combustível dos veículos, além de determinar que as empresas promovam a manutenção permanente dos karts.
A lei engloba toda e qualquer atividade comercial de treinos e corridas que não esteja dentro das normas da Federação Internacional de Automobilismo, Comissão Internacional de Kart, Confederação Brasileira de Automobilismo e Federações estaduais de automobilismo.
A multa para as empresas que não obedecerem à lei será de R$ 10 mil, além da suspensão das atividades durante 30 dias. Em caso de reincidência, haverá cassação definitiva da permissão de funcionamento. A fiscalização ficará com a Prefeitura do Recife.