Foliões de antigas e novas gerações que acompanham o Clube Elefante de Olinda fizeram uma bonita homenagem à agremiação, na noite deste sábado, no Sítio Histórico da Cidade Patrimônio da Humanidade. O tradicional bloco vermelho e branco completa 65 anos domingo. Para resgatar a história do clube foi organizado um trote de Carnaval, quando, em décadas passadas, as pessoas desfilavam com placas provocativas, ironizando personalidades, políticos e também a rival do Elefante, Pitombeira dos Quatro Cantos.
“A rivalidade entre Elefante e Pitombeira era tanta que as moças que desfilavam no Elefante colocavam uma letra E na testa, enquanto as da Pitombeira marcavam um P. O trote acontecia sempre na sexta-feira da semana pré-carnavalesca. Nos cartazes sempre havia zombaria com a Pitombeira”, conta João Trindade, 76 anos, presidente do Elefante há duas décadas. Atualmente não há disputa entre as duas agremiações.
A celebração antecipada do aniversário começou na Praça Laura Nigro, que fica na Rua de São Bento, no final da tarde. Por volta das 19h30 o bloco saiu pelas ruas do Sítio Histórico, puxado pela orquestra do maestro Oséas Leão, tendo a cabeça de um elefante – marca da agremiação – e o estandarte na frente do cortejo.
O clube foi criado no dia 12 de fevereiro de 1952. Uma das presenças ilustres na celebração deste sábado foi a do vendedor aposentado Cláudio Nigro, 82, mais conhecido pelo apelido de Mirula. Ele e mais oito jovens, então adolescentes com 16 e 17 anos de idade, fundaram o Elefante de Olinda.
“Éramos primos e amigos que morávamos próximos dos Quatro Cantos. Dona Linda era uma senhora que sempre oferecia um cozido no domingo de Carnaval. Ela tinha ganhado, fazia uma semana, um elefante de marfim trazido de Portugal por seu esposo, seu Alfredo. De repente percebeu o sumiço do elefante. Estava na cabeça de Cláudio, meu xará, que brincava com o elefante pelas ruas”, relata Mirula. Dos nove fundadores, apenas ele e mais dois estão vivos.
Durante o Carnaval, o clube Elefante de Olinda sairá duas vezes pela Cidade Alta. No domingo (dia 26), às 17h, será da Rua do Guadalupe. Na segunda-feira (27)) partirá do mesmo local, só que mais cedo, às 16h. Na Terça-feira Gorda fará uma apresentação no palco montado na Praça 12 de Março, às 16h. “No Recife fomos convidados para desfilar no polo de Campo Grande, também na terça-feira. Será às 19h”, conta João Trindade.