Os homenageados do Carnaval 2018 do Recife serão compositor J. Michiles e a cantora Nena Queiroga. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (10) pelo prefeito da cidade, Geraldo Julio, em sua página no Facebook.
"A homenagem que o Carnaval do Recife faz esse ano, que o povo do Recife faz esse ano, é para o frevo. Representando o frevo, os homenageados serão Nena Queiroga e J. Michiles. A gente está muito feliz, vai ser um grande Carnaval com abertura no dia 9 de fevereiro, Dia do Frevo", afirmou o prefeito.
J. Michiles é compositor desde os 12 anos. Apesar de ter também se dedicado a ritmos como maracatu, coco e forró ao longo de sua carreira, foi entre os clarins de Momo que se consagrou e caiu na boca do povo. Um dos mais importantes, gravados - e dançados -compositores de frevo da atualidade, o professor de história José Michiles da Silva emplacou mais de 50 sucessos que são obrigatórios no Carnaval pernambucano, como “Bom Demais”, “Me Segura Senão Eu Caio”, “Diabo Louro”, “Roda e Avisa” e “Queimando a Massa”.
Gravado por Alceu Valença, Elba Ramalho, Claudionor Germano e André Rio, entre muitos outros, Michiles aprendeu música de ouvido. Sobrinho de Orlando Dias, diz já ter nascido contaminado pelo micróbio do frevo.
Em 1966, aos 23 anos, venceu o prêmio Uma Canção para o Recife, quando concorria com nomes como Capiba e Nelson Ferreira, mestres responsáveis pela formação de sua estética musical. Daí em diante, trocou definitivamente as salas de aula pelos estúdios. Exatos 20 anos mais tarde, estouraria seu primeiro sucesso, “Bom Demais”, na voz de Alceu Valença. O Carnaval do Recife nunca mais seria o mesmo.
Nena Queiroga é única mulher que, desde 2005, tem um trio próprio e faz todo o percurso do Galo da Madrugada cantando sem parar. A paixão pela música, Nena trouxe do berço. Filha do compositor, radialista e humorista Luiz Queiroga e da cantora Mêves Gama, Nena cresceu entre microfones e ensaios.
Aos 12 anos, sempre acompanhando a mãe, começou a aprender com ela a usar a voz como ferramenta de trabalho. Passou a fazer pequenas gravações e até chegou a integrar um grupo infantil, o Quarto Crescente, com o irmão Lula Queiroga. Também foi na barra da saia de Mêves, cantora de orquestra e intérprete de frevo, que descobriu o Carnaval. E foi arrebatada no ato.
Aos 16, já cantava em orquestras, animando bailes momescos, aos quais foi conduzida pelas mãos de ninguém menos que maestro Duda. A carioca criada no Recife é cidadã pernambucana e recifense. Já são quatro discos gravados, um DVD e muitos carnavais.