Com temas como "Beijo Forçado", Xixi na Rua, "Use Camisinha", uma campanha lançada pela Prefeitura de Olinda alerta os foliões sobre temas importantes no Carnaval, como situações de assédio sexual e dicas de boa convivência. Serão divulgadas cinco animações, de 30 segundos, exibidas em telões espalhados pela cidade durante o período carnavalesco.
Personagens históricos de Pernambuco como Chico Science, Caboclo de Lança e a Passista de frevo estarão atuando no vídeo transmitindo dicas e orientações para o público. E que ainda devem ganhar a companhia de outros foliões famosos da cultura brasileira como a Carmem Miranda, o Palhaço e o Pirata.
A produção tem um custo mais acessível. "Numa campanha com atrizes e atores os gastos com contratação, maquiagem, figurino, locação, e todos os outros processos são maiores. Fazer uma animação é mais barato para os cofres públicos, além de ser mais atrativo por dar voz aos personagens, que deixam de ser ‘só enfeites’, brincando com o lúdico”, reforçou Eduardo Mafra, um dos designers responsáveis pela animação.
Para promover a campanha, a prefeitura abriu mão dos vídeos tradicionais para usar animações ilustradas como forma de despertar o público para o recado que deve ser passado.
"Estudos sobre redes sociais revelam que uma campanha com som e movimento chama mais atenção do que um card estático. Então investir numa animação, colorida, com personagens alegres, é ter mais chances de ser atrativo ao público", o deseigner explicou Vladimir Barros, que também fez parte da construção da animação.
Paquera, sim. Assédio, não. Para quem não consegue perceber a diferença entre uma coisa e outra, o recado é simples e direto: Não é não. Neste Carnaval, essa frase vai estampar a pele de milhares de mulheres, para deixar claro que o corpo é delas. Nascida no ano passado no Carnaval do Rio de Janeiro, a campanha chegou este ano à folia de Pernambuco, pelas mãos de blocos da terra que ficaram com a missão de espalhar a mensagem e distribuir cinco mil tatuagens entre as foliãs que vão brincar em Olinda e Recife.
A escolha por tatuar na pele o que já deveria estar na cabeça de todos os homens é estratégica. Primeiro porque cria uma identidade visual que ajuda a massificar a ideia. Não é um panfleto que você pega, lê (ou não) e joga fora. Depois porque é o corpo da mulher o alvo do assédio. Nada mais simbólico do que estampar nele o aviso de que há limites que não podem ser ultrapassados.