A grande festa do Galo da Madrugada

Reverenciando a mulher e o seu direito à liberdade de expressão, de corpo e de alma, o Galo da Madrugada uniu foliões pernambucanos, de várias partes do Brasil e até do mundo
JC Online
Publicado em 02/03/2019 às 16:15
Foto: Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem


Foi uma festa. Aliás, uma grande e emocionante festa. O Galo da Madrugada, eleito em 1994 pelo Guinness Book – o Livro dos Records – como o maior bloco do mundo, mais uma vez arrastou milhões de foliões pelo Centro do Recife. Reverenciando a mulher e o seu direito à liberdade de expressão, de corpo e de alma, à igualdade de trabalho e de espaço na sociedade, o Galo da Madrugada uniu, mais uma vez, foliões pernambucanos, de várias classes sociais e partes do Brasil e até do mundo.

Músicas de variados gêneros e a irreverência política também estiveram presentes durante todo o desfile, que fez o Centro tremer até o fim da tarde do Sábado de Zé Pereira. E tudo sob o olhar da alegoria gigante do Galo da Madrugada, que este ano veio na versão sustentável e agradou muito mais.

José Bezerra aproveitou para citar os políticos que criticaram a liberação do ex-presidente para acompanhar o enterro do neto, numa clara referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) que, no Twitter, posicionou-se contrário à saída temporária de Lula da prisão. “Isso dói na gente como ser humano. É algo que vai além da política. Independe de ser PT. É desumano”, afirmou. Ao lado do “falso” Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff, interpretada por Marco Antônio Lins dos Santos há vários carnavais. “Continuo me vestindo de Dilma porque, apesar de tudo, o povo ainda tem muito carinho pela ex-presidente”, garantiu ao ser questionado se não temia sair às ruas representando Dilma após o processo de impeachment.

Deixando a política de lado, muitos foliões optaram por fantasias irônicas ou de valorização da cultura regional. Foi o caso do Grupo Super Lindos, que sai no Galo da Madrugada desde o segundo desfile da agremiação. Ou do auxiliar administrativo Samuel Lira, que ignorou o calor e saiu de caboclo de lança. “Temos que dar valor à nossa cultura. Isso é nosso. Por isso me visto assim. Sei que é pesado e quente, mas todos os anos uso”, disse.

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