*Atualizada às 15h37
*Com informações da Rafael Carneiro, da Rádio Jornal
Taxistas de várias cooperativas da Região Metropolitana do Recife (RMR) se mobilizaram contra a circulação do Uber no Carnaval de Olinda, que acontece entre os dias 8 e 14 de fevereiro, no Sítio Histórico nesta quinta-feira (1º). Nessa quarta-feira (31), a Prefeitura confirmou, em coletiva, que pela primeira vez carros particulares vão poder circular na região. A categoria se concentrou em frente ao Classic Hall, na Avenida Agamenon Magalhães e seguiu em direção à sede da Prefeitura de Olinda.
Durante o protesto, ocorreu um tumulto na entrada de Olinda, nas imediações do Convento de Santa Teresa. Segundo testemunhas, alguns taxistas jogaram ovos no secretário executivo de Cultura, Flávio Urquiza, que foi à delegacia. Em seguida, o trânsito foi bloqueado para a passagem dos taxistas e houve uma confusão entre a categoria e policiais. Foi realizada uma reunião na Praça do Jacaré e, após entendimento, uma parte dos manifestantes seguiu até à Prefeitura.
Segundo Hélio Batista, diretor da Primeira Cooperativa da União dos Taxistas (Coopeluto) e um dos organizadores da manifestação, a decisão do governo vai atrapalhar a mobilidade da área durante os dias festivos. "Quando a gente perguntou se a prefeitura tinha uma estimativa de quantos veículos iriam circular no Carnaval não souberam responder", afirma Batista, em relação à frota da Uber no Carnaval.
"Nós temos um serviço regulamentado e consequentemente temos um controle dos veículos que circulam na área", argumentou Hélio, em defesa dos taxistas. Além disso, ele afirma que o protesto é organizado por diversas cooperativas que, juntas, têm mais de 2 mil taxitas reunidos.
Uma comissão composta por secretários municipais e o vice-prefeito de Olinda, Márcio Botelho, recebeu os taxistas para discutir a participação do UBER durante o Carnaval da Marim dos Caetés. No encontro, a gestão, pontuou que também já dialogou com o sindicato da categoria e irá conversar com dirigentes do aplicativo para definir os roteiros que os operadores terão acesso no período dos festejos.
Segundo Helio Batista, a prefeitura de Olinda se reuniu com os organizadores da manifestação e concordaram em estudar a reivindicação. A prefeitura deu um prazo de cinco dias, para da uma resposta aos taxistas. O protesto acabou em frente a Prefeitura de Olinda.
Se em Olinda houve uma liberação dos bloqueios de trânsito, no Recife vai ser diferente em relação aos aplicativos de transporte individual. Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (1º), a presidente da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), Taciana Ferreira, confirmou que os carros da Uber serão proibidos de circular na área dos festejos carnavalescos no Centro do Recife. "Nós não regulamentamos este serviço. Existe uma medida cautelar que nos impede a fiscalização e os veículos que fazem este tipo de serviço serão tratados tal qual os veículos particulares e nós faremos uma forte fiscalização em relação ao estacionamento irregular", declarou Ferreira.
Taciana acrescenta que a maioria dos foliões vão se deslocar através de coletivos e de táxi: "Nós vemos a quantidade de foliões que estão indo para estes eventos utilizando o transporte público, utilizando o sistema de táxi e pra isto nós precisamos garantir esta circulação, através de proibição de estacionamento e bloqueios de vias", explicou.
Com mudanças favoráveis às empresas de transporte privado de passageiros, o Senado aprovou, por 46 votos a 10, no dia 31 de outubro do ano passado, o texto-base do projeto que regulamenta empresas como Uber, Cabify e 99. Como a proposta sofreu alterações, terá que voltar para a Câmara dos Deputados, onde foi aprovada em abril do ano passado.
O projeto aprovado na Câmara era visto como "pró-taxista". Respeitando acordo firmado durante reunião de líderes, ao longo da tarde, os parlamentares retiraram, através da aprovação de duas emendas, a obrigatoriedade do uso de placas vermelhas e também a imposição de que apenas o dono do veículo pode dirigi-lo. Além disso, foi retirado o ponto que possibilidade a prefeitura regulamentar o serviço e também o trecho que restringia o veículo a circular apenas na cidade onde foi registrado.
Na votação, o relator da proposta no plenário, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), disse que buscou uma mediação entre as empresas e os taxistas. "É muita pretensão querer que o Plenário, composto por 81 Senadores, viesse a aprovar sem nenhuma mudança, para que não voltasse para a Câmara. E foi o objeto de toda a discussão hoje na reunião de líderes. O Senado tem, sim, o seu dever, tem o seu papel constitucional de Casa revisora e, como o projeto nasceu na Câmara, cabe ao Senado mudar e alterar aquilo que ele acha que tem que ser mudado e alterado", defendeu.