Líderes de religiões afro cobram medidas contra a intolerância religiosa

Encontro realizado na sede do Ministério Público contou com a participação de praticantes das religões e da SDSDH
Do JC Online
Publicado em 18/07/2012 às 19:10
Encontro realizado na sede do Ministério Público contou com a participação de praticantes das religões e da SDSDH Foto: Foto: Fábio Mendes / Rádio Jornal


Praticantes de religiões de matrizes africanas e afro-brasileiras e representantes da Secretaria de Desenvolviento Social e Direitos Humanos (SDSDH) participaram na manhã desta quarta-feira (18), na sede do Ministério Público, na Rua do Imperador, Centro do recife, de um encontro para discutir estratégias para coibir e por fim às práticas de intolerância religiosa no Estado depois dos registros, nos últimos dias, de tentativas de invasão e depedração de terreiros na capital e no interior. Durante a reunião foram anunciados os lançamentos de duas cartilhas, que serão distribuídas à população, para tentar acabar com o preconceito existente contra essas religiões.

Representantes dos terreiros tentam desvincular das religiões rituais macabros como o ocorrido no Brejo da Madre de Deus, onde uma criança foi morta supostamente a mando de um pai de santo. Os religiosos explicam que nos rituais da umbanda, do candomblé e da jurema, dentre outras religiões, não  há práticas que envolvam o sacrifício humano. 

O Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnica-Racial (CEPIR), vinculado à SDSDH, irá distribuir em escolas e em grandes eventos, a começar no Festival de Inverno de Garanhuns, a cartilha Diversidade Religiosa e Direitos Humanos. A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco, também anunciou a produção e distribuição de uma cartilha nos mesmos moldes.

No encontro também foi assinada, por todos os participantes, uma carta de repúdio aos ataques contra os terreiros ocorridos em Brejo da Madre de Deus e em Olinda. "Mais do que uma cartilha, é preciso interromper o que vem ocorrendo com os terreiros de matrizes africanas. O direito à cidadania pertence à todos", afirmou Edson Axé, um dos babalorixás presentes na reunião.

Ouça a matéria da Rádio Jornal sobre o encontro:

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