Vítima atuou na acusação de um Martins

O réu, Lauduino Martins de Albuquerque, foi condenado por homicídio, em setembro, a 24 anos de reclusão
Do JC Online
Publicado em 18/10/2013 às 6:44
O réu, Lauduino Martins de Albuquerque, foi condenado por homicídio, em setembro, a 24 anos de reclusão Foto: Foto: Guga Matos/JC Imagem


O promotor Thiago Faria Soares, 36 anos, assassinado na segunda-feira, participou como acusador no julgamento de um membro da família Martins, de sua noiva, Mysheva, no último dia 19 de setembro. Lauduino Martins de Albuquerque foi submetido a júri popular e acabou condenado por um homicídio duplamente qualificado. No processo de número 06-62.2008, a vítima aparece como sendo Paulo Jorge da Silva. Ele também foi acusado de lesão corporal contra Sandra Aparecida de Lima e Ítalo Rodrigues da Silva.

O réu foi condenado a 24 anos de reclusão pelo homicídio, pena reduzida na dosimetria para 16 anos, mais dois anos pelas lesões corporais. Lauduino cumpre pena em regime fechado no Presídio Advogado Brito Alves, em Arcoverde, no Sertão. "Submetido o acusado a julgamento, o Egrégio Tribunal do Júri Popular reconheceu a materialidade do fato e sua autoria.

Quanto à votação dos quesitos relativos à tese da defesa (absolvição genérica), a mesma não foi reconhecida pelo Conselho de Sentença, entendendo os senhores jurados que o acusado praticou o crime de homicídio duplamente qualificado", diz um trecho do processo. Quem presidiu o julgamento foi o juiz Caio Neto de Jomael Oliveira Freire.

Algumas peças foram juntadas aos autos, e o processo foi concluído no dia 9 deste mês, na semana anterior ao crime. A remessa de carga do promotor Thiago Faria se deu no dia 10.

Na parede do Fórum de Itaíba, um cartaz avisa sobre o julgamento. Indagados sobre o episódio, os funcionários preferiram silenciar. "Só sei que o promotor atuou na acusação", afirmou uma fonte, optando pelo anonimato. O local recebeu ontem o novo promotor, Marcelo Grenhalgh, que substitui Thiago Faria.

Outro panfleto fala que o Fórum receberia, no próximo dia 21 de novembro, uma vistoria da Corregedoria Geral do Ministério Público, das 10h às 12h. Envolvido na disputa da família de sua noiva pelas terras da Fazenda Nova, Thiago já tinha sido advertido pela Corregedoria e sofrera um processo de remoção compulsória.

Na fachada do Fórum, uma faixa preta foi colocada em sinal de luto pela morte do promotor. A cidade ainda se recupera do susto. O movimento nas ruas é fraco e o silêncio, dominante.

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