Após mais de um mês sem ver o filho, a fisioterapeuta Cláudia Boudoux procurou ajuda na Polícia Federal (PF) no início da tarde desta quarta-feira (10). Em posse do pai, comerciante argentino, desde o dia 2 de janeiro, Cláudia teme que o filho, Carlos Attías Boudoux, 8 anos, seja levado para fora do país ilegalmente. O casal, pai de mais 2 filhos, compartilhava a guarda das crianças, mas o pai parou de pagar a pensão alimentícia há 10 meses.
O medo de que o filho saia do país se fortaleceu após o pai, comerciante e dono de uma fábrica de alimentos, vender a porcentagem da companhia para um suposto sócio. Segundo Cláudia, vizinhos também viram ele entrando durante a noite no apartamento onde mora, no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, para tirar pertences.
A situação começou ainda no ano passado, na noite da véspera de Natal, quando um oficial de justiça foi a casa da irmã de Cláudia para buscar as crianças pouco antes da ceia. A ordem definia que o pai deveria estar com as crianças naquele dia. Por meio de um acordo, Cláudia entregou os dois filhos mais novos, de 10 e 8 anos, no dia 25.
A decisão judicial, no entanto, também definia que o pai deveria entregar as crianças de volta à mãe dois dias depois, no dia 27 de dezembro, o que não aconteceu. A partir daí, Cláudia procurou a justiça para reaver os filhos. No dia 29, foi expedido um mandado de busca e apreensão para eles, mas as crianças não foram encontradas.
Dois dias depois, no dia 31 de dezembro, o pai se dirige ao Fórum Tomás de Aquino, no Centro do Recife. De acordo com a fisioterapeuta, é possível que ele procurasse uma decisão de instâncias superiores para continuar em posse das crianças. A decisão favorável permite que ele passe o Réveillon com os filhos e devolva-os no dia 02 de janeiro.
Nesse dia, apenas uma criança volta para casa. Cláudia Boudoux procurou novamente a justiça, que decide em favor da mãe e proíbe o pai de ver as crianças. Mas, até agora, Carlos não foi encontrado. O relato da situação foi publicado em uma rede social na tarde dessa terça-feira (9), e já tem mais de 1600 compartilhamentos.
De acordo com o chefe de comunicação PF, Giovani Santoro, a investigação em si está a cargo da Polícia Civil. A PF deve garantir o fechamento das fronteiras e aeroportos do país para que o pai não tente levar o filho para o exterior.