Os pais de Beatriz Mota, 7 anos, emocionaram-se nesta terça-feira (19) ao cobrar soluções sobre o assassinato da menina. Ela foi encontrada morta com 42 facadas em dezembro do ano passado, em um depósito da Escola Maria Auxiliadora, em Petrolina, Sertão do Estado. Familiares e amigos viajaram até o Recife para entregar um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas ao governador Paulo Câmara. Na visita, o casal Lucinha Mota e Sandro Ferreira, pais da menina, pediram ajuda da população e autoridades para encontrar os responsáveis pelo crime.
“Nós temos que lutar por justiça. É nosso dever lutar por nossa filha, é meu dever e obrigação de mãe. Não existe barreira, ser humano, nada que seja capaz de me parar. Lutarei por ela todos os dias de minha vida, se preciso for”, disse a mãe de Beatriz, Lucinha Mota. “Eu sonho todos os dias com o momento em que esse assassino ou assassinos serão presos e punidos. Estamos envolvidos nas investigações desde o começo”, completou Lucinha. No Facebook, foi criada a página Somos Todos Beatriz, onde a família divulga e recebe informações que possam ajudar no caso.
Desde o começo, o assassinato de Bia, como é carinhosamente chamada a menina, causou grande comoção em Pernambuco. Moradores de Juazeiro do Norte, cidade baiana que fica a cerca de seis quilômetros de Petrolina, onde a menina morava com os pais, realizaram protestos cobrando mais empenho nas investigações.
A caravana de mais de 40 pessoas bloqueou o trânsito na Ponte Santa Isabel na tentativa de conseguir uma reunião da família da menina com o governador Paulo Câmara. Pai de Beatriz, Sandro Ferreira aproveitou para agradecer àqueles que, de alguma forma, envolveram-se nas mobilizações. “Uma das coisas que me emocionam é saber que pessoas que não nos conhecem, de Petrolina, de Juazeiro e de todo o Vale do São Francisco, até daqui de Recife, saem das suas casas, deixam os seus afazeres para tentar resolver um problema alheio. São pessoas maravilhosas, são anjos e só temos a agradecer”.
“No dia 31 de junho, nós encontramos Paulo Câmara em agenda oficial em Petrolina. Pedimos um encontro no dia 11, um dia depois que completasse sete meses do assassinato, mas ele não pode nos receber e ficamos na expectativa de agendar uma visita à capital. Cada semana faz muita diferença e, quando o movimento disse que viria ao Recife e entregaria um abaixo-assinado, fizemos questão de estar junto”, explicou.
“Eu só peço que vocês nos ajudem a cobrar que as pessoas mandem seus vídeos e fotos, que entrem na página de Beatriz no Facebook e enviem para a Polícia todo material. A imagem será preservada. Está faltando uma prova circunstancial, uma informação bem simples que pode resolver todo o problema de uma vida”, apelou.