Um ex-integrante da Orquestra Criança Cidadã foi morto a tiros na noite da segunda-feira (1º) no bairro de Ilha Joana Bezerra. Moysés Gonçalves tinha 21 anos, tocava violino e já chegou a se apresentar para o papa Francisco no Vaticano. O principal suspeito do crime é um amigo de infância do jovem, a motivação seria uma corrente de prata no valor de R$ 1 mil reais.
De acordo com Moisés Sobrinho, pai da vítima, o filho já vinha sendo ameaçado de morte pelo ''amigo'' e ex-presidiário Geraldo Júnior desde o início da última semana, quando sofreu a primeira tentativa de homicídio. “Ele confiava em todo mundo”, disse o pai que tentou alertar o filho para o perigo que Geraldo representava.
No mês passado, Moysés e Geraldo já haviam discutido por conta da corrente, o que acabou fazendo com que o jovem ficasse hospitalizado por cerca de 15 dias no Hospital da Restauração, área central da cidade. No momento do crime, a vítima estava com o pai, indo prestar um depoimento sobre a briga no Departamento de Homicídios e de Proteção a Pessoa (DHPP).
O pai implorou ao suspeito para que não matasse seu filho. Após ser baleada, a vítima ainda chegou a ser atendida na Policlínica de Afogados, mas não resistiu aos ferimentos. Geraldo Júnior está foragido.
Moysés era músico e integrou a Orquestra Criança Cidadã desde os 10 anos. Em 2014, o jovem estava no grupo que se apresentou para o papa Francisco no Vaticano, e no ano seguinte, voltou à Europa para gravar um DVD em Roma. Mesmo sendo requisitado para continuar no grupo, Moysés decidiu sair da equipe no fim do ano passado. A OCC divulgou uma nota sobre o ocorrido. O enterro de Moysés está marcado para esta quarta-feira (3) às 9h no Cemitério de Santo Amaro, zona central do Recife. Confira a nota da OCC na íntegra:
Alunos, funcionários e professores da Orquestra Criança Cidadã foram surpreendidos com a notícia do falecimento de seu ex-aluno Moysés Gonçalves de Barros, na última noite, por motivações que ainda não são do nosso conhecimento em sua totalidade. Moysés integrava a OCC desde sua fundação, em 2006, e chegou a fazer parte da equipe que viajou para Roma em novembro de 2015, quando da gravação do álbum mais recente da Orquestra (Concertos de Bach para violino e orquestra por Orquestra Criança Cidadã e Yoko Kubo), além de ter sido monitor no Núcleo do Ipojuca. No entanto, desde o final do semestre passado, Moysés não frequentava mais aulas nem desempenhava funções, tendo deixado o projeto mesmo com orientações e pedidos para que permanecesse integrado. O enterro está marcado para as 9h desta quarta-feira, dia 03 de agosto, no Cemitério de Santo Amaro, quando alunos e equipe dos dois núcleos da OCC (Coque e Ipojuca) prestarão sua última solidariedade.