A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta sexta-feira (19), a Operação Longa Manus para cumprir mandados contra pessoas suspeitas de envolvimento no crime de "promover embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa", no decorrer da Operação Tsunami. As ações acontecem no Recife, Itamaracá, na Região Metropolitana e Catende, na Zona da Mata Sul.
Ao todo, foram expedidos três mandados de prisão preventiva, seis mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva. Os detidos são o filho e o sobrinho do prefeito de Catende, Paulo Augusto Cordeiro Filho e Miguel Alves Cordeiro Filho, respectivamente, e um tenente-coronel da reseva identificado como Adalberto Carvalho de Souza. A filha do prefeito, Jaqueline, e duas funcionárias dele, Mikaela e Eliane estão sendo conduzidas coercitivamente.
"Essas pessoas estavam fazendo ações que visavam embaraçar as investigações da Operação Tsunami. Então, por esse motivo, o Poder Judiciário decretou a prisão de algumas delas e fazer a condução coercitiva de algumas pessoas para prestar esclarecimentos, bem como a expedição de mandados de prisão e busca e apreensão domiciliar", disse o delegado da Diresp, Salustiano Albuquerque.
Uma das pessoas levadas para condução coercitiva é um funcionário terceirizado do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). O nome dele não foi divulgado, assim como a função que desempenha no Tribunal. Na próxima segunda-feira (22), a Polícia Civil fará uma entrevista coletiva para detalhar o envolvimento e a atuação dos envolvidos na Operação Longa Manus.
Os presos e materiais apreendidos serão encaminhados para sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife.
O prefeito da cidade de Catende, Otacílio Cordeiro (PSB), foi preso em junho, acusado de liderar uma organização criminosa suspeita de emprego irregular de verbas públicas, corrupção, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Além do prefeito, foram presas outras dez pessoas, incluindo o filho dele, Ronaldo Cordeiro, secretário de finanças, e a nora, esposa de Ronaldo, Andreza Paes.
Na ocasião, a Polícia encontrou na casa do prefeito a quantia de R$ 1,3 milhão, sendo R$ 758,4 mil em um gaveta na residência do político e R$ 438,7 mil no posto de gasolina administrado pela nora do prefeito. Com o gestor, também foi encontrada uma barra de ouro estimada em R$ 40 mil. A casa do socialista também levantou suspeita.
O gestor teve a prisão domiciliar revogada em julho, por ter descumprido ordens judiciais, e retornou ao Centro de Triagem, em Abreu e Lima, no Grande Recife.