O esquema de corrupção na Câmara de Vereadores de Aliança, na Zona da Mata de Pernambuco, descoberto em operação da Polícia Civil nessa quarta-feira (17), desviou, em um período de dois anos, o total de R$4 57.448,00. Os detalhes da operação, divulgados pela polícia nesta quinta-feira (17), ainda destacam que, dos 12 servidores envolvidos, apenas dois cumpriam jornada de trabalho.
De acordo com a delegada Maria de Lourdes Ferreira, titular da delegacia de Aliança, onde a notícia-crime foi registrada, a presidente da Câmara, Maria José de Oliveira (DEM), havia feito um acordo político com os vereadores para que estes cargos comissionados de “servidores fantasmas” fossem mantidos sob sigilo. Apesar das apurações da equipe de investigação policial, e o Ministério Público se posicionar a favor da prisão preventiva, nenhum dos envolvidos foi detido, pois em decisão judicial não se achou necessária a prisão.
Em depoimento, os funcionários chegaram a afirmar que compareciam à Câmara diariamente, mas, quando questionados sobre o endereço do local, sala que trabalhavam, ou algum número de telefone fixo, não souberam responder. “Antes de os interrogarmos, fomos até a Câmara e perguntamos aos funcionários se conheciam os envolvidos, dissemos o nome de cada um. Apenas dois foram identificados pelos colegas de trabalho. Já os outros, nem sequer foram reconhecidos”, conta a delegada.
Entre os cargos de fachada estão os de Chefe de Gabinete, Assessor Legislativo e Recepcionista, com salários anuais de até R$ 50.282. Segundo investigações, os fantasmas teriam assumido as funções desde janeiro de 2017, quando houve a criação e posse destes títulos, assinado pela presidente da Câmara Maria José de Oliveira.
Ao invés de exercer a função na qual era registrado, os comissionados faziam “serviços particulares” aos vereadores, como, ser motorista particular, comprar remédios e lanches, pagar boleto, dentre outros serviços que não condizem com o cargo.
Ainda foi verificado que os servidores "fantasmas" recebem gratificações de até 100 %. Outros dois servidores comissionados são filhos de vereadores e outro filho de um servidor efetivo também investigados.